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Conselho Estadual de Saúde de São Paulo endossa recomendações do CNS sobre plano de vacinação contra a Covid-19
Foto: Rodrigo Nunes / MS
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, foi um dos convidados da 305ª Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Saúde de São Paulo (CES/SP), realizada nesta segunda-feira (11/01). O encontro debateu o Plano Nacional de Vacinação e também contou com a presença do médico e diretor de Farmacovigilância, Segurança Clínica e Gestão de Risco do Instituto Butantan, Alexandre Precioso.
Pigatto detalhou as recomendações 067 e 073 do CNS que pedem a incorporação de vacinas comprovadamente eficazes e a ampliação do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 para toda a população brasileira, respectivamente. “As nossas recomendações ao longo do ano sempre foram no sentido de agilizar e fazer com que tivéssemos a preservação das vidas e a vacina, o mais rápido possível, para toda a população brasileira”, destacou.
O controle social da Saúde indica que sejam adicionados aos grupos prioritários de vacinação a população indígena não aldeada, população dos campos, águas e florestas, povos ciganos, pessoas com deficiência (não somente com deficiência permanente severa), jovens em medidas socioeducativas, pessoas inseridas em comunidades terapêuticas, pessoas em atendimento nos espaços de saúde mental e populações submetidas à vulnerabilidade socioeconômica.
Os conselheiros estaduais de saúde apoiaram as recomendações do CNS e se manifestaram sobre a necessidade de uma nova reunião com a presença de representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde, que foram convidados, mas não compareceram. “O documento que o CNS é substancioso, coloca as questões de forma clara e dá conta das nossas angústias”, destacou o conselheiro do CES/SP Benedito Augusto de Oliveira
Para a conselheira do CES/SP Maria Isabel Panamaro, a ampliação da vacinação, conforme previsto na recomendação do CNS, precisa ter reflexos no âmbito estadual. “Nós temos que ratificar o documento do Conselho Nacional e fazer com que o Conselho Estadual também amplie o plano estadual”.
Pigatto ressaltou ainda o posicionamento do CNS como defensor das instituições democráticas, que fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e o papel técnico-estratégico delas. “Precisamos preservar as instituições de qualquer disputa política-ideológica, seguir a ciência. Defendemos o fortalecimento da Anvisa, do Ministério da Saúde, do Instituto Butantan, de todas as instituições e principalmente do corpo técnico delas”, concluiu.
Atualização da vacina no Butantan
O representante do Instituto Butantan (IB) na reunião, Alexandre Precioso, fez uma atualização sobre a situação da pesquisa e da produção da Coronavac. No dia 8 de janeiro o IB ingressou com um pedido de uso emergencial, em caráter experimental, para uso da vacina.
Precioso falou sobre como é tratada a segurança da vacina, por meio da área de Farmacovigilância, Segurança Clínica e Gestão de Risco, reestruturada pelo Butantan ainda em 2019, antes da pandemia, com a principal missão de garantir o contínuo monitoramento da efetividade e segurança do que é produzido pela Instituição. De acordo com ele, o departamento acompanha todo o ciclo de vida dos produtos, desde a fase pré-registro até a fase pós registro.
A farmacovigilância tem papel fundamental no processo da vacina Coronavac e realiza atividades de detecção, avaliação, compreensão e prevenção de eventos adversos. “O principal objetivo disso é aprimorar o conhecimento da relação benefício-risco e minimizar os efeitos nocivos que eventualmente possam acontecer para a população”, explicou.
O médico ressaltou ainda a necessidade de integração entre o Programa Nacional de Imunizações, a Vigilância Sanitária, as secretarias de vigilância dos estados e os produtores. “Para que todos os objetivos sejam alcançados e que se consiga demonstrar e monitorar a segurança dos produtos que serão utilizados na vacinação contra a Covid-19”, concluiu.
Ascom CNS