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“Não é possível que as pessoas morram por ignorância ou fake news que as façam desistir da vacina”, afirma conselheiro de saúde
Foto: Jornal O Povo
Os conselheiros nacionais de Saúde realizaram nesta quinta (12/08) a 70ª Reunião Extraordinária do colegiado. O presidente do CNS, Fernando Pigatto, iniciou a reunião pedindo um minuto de silêncio em solidariedade às famílias das milhares de vítimas da Covid-19, que até quinta-feira (11/08) somava mais de 20 milhões de casos confirmados no Brasil e 565.748 óbitos. “Vamos continuar transformando esse luto em luta. Essa é nossa motivação. Acreditando na vida, fortalecendo o SUS e a democracia”.
No encontro virtual, o conselheiro nacional de saúde Moyses Toniolo, pela Articulação Nacional de Aids (Anaids), reiterou a necessidade e urgência do Ministério da Saúde realizar campanhas de conscientização e incentivo à vacinação contra a Covid-19.
Segundo pesquisa realizada pela Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia vinculada à Universidade de São Paulo (USP) e à Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), após o início da imunização, apenas 3,7% das pessoas que morreram por Covid-19 tinham o ciclo completo de vacinas. Por outro lado, 95% das pessoas internadas na cidade do Rio de Janeiro não tomaram nem a primeira dose.
“Temos redutos no Brasil inteiro onde a politização sobre a importância da vacina está fazendo as pessoas morrerem por ignorância e falta de campanhas que façam uma comunicação em saúde. Não é possível que as pessoas morram porque as fake news a façam desistir da vacina. A gente precisa vencer esse desafio no nosso país”, afirma Moyses.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, que também é conselheiro nacional de saúde, reconheceu a importante atuação do CNS no enfrentamento à pandemia e destacou a necessidade de se manter cautela diante da redução do número de casos e óbitos.
“Sabemos que nesse momento, onde há certo arrefecimento da pandemia. A tendência é de afrouxar as medidas. Temos a variante ‘delta’, que é uma preocupação. E todas as medidas não farmacológicas, além da vacina, são as recomendações do Ministério”, afirma Rodrigo.
O secretário-executivo reforçou ainda todo o empenho do Ministério da Saúde durante o último período, reconheceu que temos baixa testagem e informou que em breve a pasta lançará um programa de testagem, cujo projeto piloto será lançado em Brasília.
Atenção à saúde das mulheres
A conselheira Vanja dos Santos, que representa a União Brasileira de Mulheres (UBM) no Conselho, iniciou sua participação pedindo que o Ministério da Saúde se atente a outras situações, em especial à Saúde das mulheres, para de fato enfrentar melhor o difícil período que estamos vivendo.
“A todo momento a gente vê alguma iniciativa do Ministério que dá passos atrás em relação a nossa política. Isso tem nos preocupado muito, a todas as mulheres desse país”, afirma Vanja. “Estamos fazendo uma avaliação da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres e gostaríamos que esse Ministério desse total atenção a isso, para que possamos realmente enfrentar essa pandemia com olhar para toda população”.
Legítima construção coletiva
A conselheira nacional de saúde pela Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais (Abrato), Priscilla Viégas, defendeu o controle social e a participação social, diante da revogação por parte do Ministério da Saúde de resolução do CNS com todas as propostas e deliberações da 16ª Conferência Nacional de Saúde, na última sexta-feira (6/08).
“Todas as deliberações foram construções legitimadas, com a participação de milhares de pessoas, continuam valendo e são frutos da construção coletiva no conjunto de debates feitos na 16ª Conferência Nacional de Saúde”, afirma.
Ascom CNS