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Pressão popular e resistência do SUS marcam ato político do CNS durante Congresso Rede Unida
Foto: CNS
“Para a privatização? Pressão popular! Para o desmonte do SUS? Financiamento! Para a gripezinha? Responsabilidade coletiva! Para racismo? Vidas negras importam! Para genocídio indígena? Ancestralidade! Para autoritarismo? Liberdade! Para negacionismo? Ciência! Para descaso? Resistência!”
Estas foram as palavras de ordem que deram início ao ato político virtual organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), no último sábado (31/10), contra a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS) e em defesa da democracia e dos direitos do povo brasileiro.
Estudantes, professores, parlamentares, conselheiros de saúde, representantes de indígenas, população negra, quilombola, comunidade universitária entoaram diferentes vozes e expressaram suas ações no evento que encerrou as atividades do CNS no 14º Congresso Internacional da Rede Unida.
O ato ocorreu no momento em que o SUS ganha notoriedade pelo enfrentamento à pandemia da Covid-19 e após a publicação do Decreto nº 10.530/2020, que apontava para a privatização das Unidades Básica de Saúde (UBS), publicado na terça (27/10) e revogado no dia seguinte após forte pressão social.
“Temos uma grande disputa com o poder econômico, precisamos organizar as nossas forças e mobilizar a sociedade nesta luta coletiva para que o SUS possa cumprir o seu princípio constitucional. Dizemos não à capitalização dos grupos econômicos e fundos de investimento e não à supressão de direitos”, disse a conselheira nacional de saúde Francisca Valda, que representa a Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) no CNS.
Para o senador Humberto Costa, a respeitabilidade ao sistema público de saúde extrapola, atualmente, os espaços ocupados pelos profissionais de saúde, políticos e gestores. “No enfrentamento à pandemia, a população entendeu a importância do SUS e congressos como esse são muito importantes para convidar a sociedade a defender essa política pública que, sem dúvida, é a mais relevante de todas que foram implementadas a partir de 1988” avalia.
Combate ao racismo e à homofobia, respeito à diversidade e às comunidades tradicionais, à pesquisa e conhecimento científico, defesa da saúde das mulheres, da liberdade de expressão e da luta por uma sociedade livre de manicômios estiveram entre as bandeiras defendidas no ato virtual. Poesia, repente, cordel, música e arte integraram a programação cultural do evento.
O ato político promovido pelo CNS contou com a participação de representantes de centrais sindicais, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), Movimento Negro Unificado (MNU), União Brasileira de Mulheres (UBM), Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Rede Nacional de Feministas (Renfa), Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP), Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), entre outros.
“Estamos vivendo um momento em que nossa união e possibilidade de luta conjunta está sendo colocada à prova, mas mostramos que estamos à altura de todos os desafios. É dessa forma que vamos construir um país novo”, completa o coordenador nacional da Rede Unida, Túlio Franco.
Garantia de financiamento adequado
A revogação da Emenda Constitucional (EC) 95 e a defesa da manutenção do piso emergencial da Saúde para o ano que vem foi destaque entre a maioria das falas do evento político. A petição pública online do CNS para garantir o os R$ 35 bilhões emergenciais para 2021 já conta com mais de 540 mil assinaturas.
“Não podemos baixar a guarda e precisamos continuar em marcha, porque nos agridem diariamente. Vamos pressionar sim o Congresso Nacional para que vote a manutenção do piso emergencial, que ajudou o SUS a salvar vidas na pandemia. Vamos continuar defendendo todas as lutas que foram a vanguarda do Sistema Único de Saúde e vamos defender a democracia todos os dias”, afirma o presidente do CNS, Fernando Pigatto.
> Assista na íntegra “Ato em defesa da vida: o SUS merece mais em 2021”
Ascom CNS