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Nota Pública: CNS considera possível saída do secretário Wanderson de Oliveira, da pasta de Vigilância em Saúde, perda inestimável em meio à pandemia
Foto: CNS
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) considera a possível saída de Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, uma perda inestimável para o Sistema Único de Saúde (SUS). Dono de um currículo extremamente técnico e apropriado para o cargo, Wanderson vem desempenhando seu papel com responsabilidade e compromisso diante do controle social na Saúde e da população brasileira. Sua saída em meio à pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19), pode representar prejuízos gravíssimos para a situação de emergência pública que o Brasil se encontra. O anúncio de afastamento da pasta foi refutado em coletiva no final da tarde desta quarta (15/04), pelo ministro Luiz Henrique Mandetta.
O CNS lamenta que a irresponsabilidade de parte do governo federal, em especial do presidente da república, esteja gerando um cenário político conturbado, onde o Estado atua contra as normas científicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo pressionado-o a anunciar deixar o cargo. Doutor em epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é servidor público de carreira há 15 anos no Ministério da Saúde, tendo coordenado a resposta nacional à pandemia de influenza e à síndrome da zika congênita, além de ter atuado como ponto focal para o regulamento sanitário internacional e eventos de massa, como Copa do Mundo e Olimpíadas.
Wanderson participou de inúmeras reuniões no CNS e sempre se colocou com disponibilidade de escuta ao controle social na Saúde, levando adiante as deliberações dos conselheiros e conselheiras. Em fevereiro deste ano, apresentou em nossa reunião ordinária um plano estratégico de força tarefa no combate à Covid-19, unindo diversas instituições ligadas ao SUS, que realizaram uma série de treinamentos de referência no Brasil e em outros nove países das Américas.
O secretário vem incorporando, às ações em Saúde, a Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), construída após amplo processo participativo organizado pelo CNS, em 2018. É um importante aliado do povo brasileiro, ainda mais num momento tão crítico. Reafirmamos que é imprescindível que a próxima pessoa a assumir o cargo caso a saída de Wanderson venha a se consumar, dê continuidade ao que vinha sendo desenvolvido, colocando a ciência e as evidências técnicas acima de qualquer pressão ou interesse econômico que sobreponham a vida das pessoas.
Conselho Nacional de Saúde