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Nota: CNS repudia violência do Estado e do crime organizado no entorno da Fiocruz-RJ
Fotos: CNS
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) repudia o cenário de violência no Rio de Janeiro (RJ), em especial, no entorno da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), importante instituição brasileira, responsável por parte da produção de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). A violência do Estado, diante da política de segurança pública implementada pelo governador Wilson Witzel, além do crime organizado, têm tornado os trabalhadores da instituição vítimas constantes deste cenário de barbárie.
Na manhã desta segunda (25/11), um carro da Fiocruz passou por uma troca de tiros entre as comunidades de Vila do João e Timbaú. As trabalhadoras que estavam no veículo não sofreram danos físicos. Porém, junto aos demais profissionais da Fiocruz, vivenciam constantes ameaças causadas pela violência. O Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) publicou nota de repúdio diante do ocorrido.
“A direção da Asfoc-SN repudia veementemente a política de segurança do Estado que coloca diariamente em risco trabalhadores e moradores, principalmente de áreas carentes de atenção do governo. Para tratar do assunto, o Sindicato solicitará, oficialmente, uma reunião com o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel”, afirma a nota.
O documento repudia ainda: “a política genocida que já se mostrou covarde, cruel e ineficaz, colocando moradores das comunidades em risco e todos os que estão ao redor”. Importante destacar que o CNS já se manifestou contra a violência instaurada na região em outros momentos, bem como contra a política de segurança pública implementada desde 2019, trazendo o debate para o centro de suas reuniões ordinárias.
O Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro divulgou que, em agosto deste ano, foram cinco pessoas mortas por dia pela polícia no estado. Ao todo, foram 170 homicídios em apenas um mês. Entre janeiro e maio, as forças de segurança do estado foram responsáveis por 731 mortes. Segundo o Mapa da Violência 2018, a população negra compõe o maior índice de vítimas da violência provocada pelo Estado, sobretudo jovens de 18 a 29 anos.
A dignidade dos cidadãos e cidadãs no Rio de Janeiro está sendo diariamente violada. Famílias estão tendo suas vidas colocadas em risco pela atuação desastrosa das forças de segurança pública. Essa é a população que mais sofre com a violência estatal, fator urgente, que precisa ser tratado como uma questão de saúde pública de forma transversal, alinhando ações nas diferentes pastas do governo. O CNS lamenta e se solidariza às vítimas nas comunidades e aos trabalhadores da Fiocruz, frisando que esse cenário genocida afeta gravemente a saúde das pessoas, a pesquisa e a produção de medicamentos no Brasil.
Conselho Nacional de Saúde