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Rosário do Sul (RS): financiamento e regionalização são destaques em conferência de saúde
Fotos: CNS
Financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), regionalização e a importância da participação social para a construção de políticas públicas estão entre os principais assuntos discutidos na 6ª Conferência Municipal de Saúde de Rosário do Sul (RS), realizada na última sexta (22/03).
Na ocasião, os participantes elencaram as principais demandas de saúde da população e elegeram os oito delegados que devem representar o município da conferência estadual, que será realizada de 24 a 26 de maio, em Porto Alegre (RS).
O evento é uma etapa preparatória para a 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8), que será realizada em Brasília, de 4 a 7 de agosto. O tema central do evento é “Democracia e Saúde”. Os eixos temáticos que devem conduzir os debates são: Saúde como direito, Consolidação dos princípios do SUS e Financiamento do SUS.
Para o conselheiro de saúde e coordenador da conferência municipal de Rosário do Sul, Jair Rocha Oliveira, é fundamental discutir o impacto da Emenda Constitucional (EC) 95/2016, que congela investimentos em saúde até 2036. “Se não tivermos recursos, não conseguiremos garantir saúde digna para a população nos três níveis de complexidade”, afirma.
Segundo informações do Conselho Estadual de Saúde, que analisou os dados da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, conforme matéria publicada no Jornal Gazeta do Rosário, o estado é um dos que menos investe em saúde em todo o país. Em 2017, foram aplicados somente 6,75% dos recursos do estado em saúde.
Os dados foram apresentados pela representante da mesa diretora do Conselho Estadual da Saúde do RS, Irene Prazeres, que foi a palestrante na conferência para os temas Saúde como direito e consolidação dos princípios do SUS” e “Financiamento adequado e suficiente para o SUS”. Na ocasião, ela apresentou a trajetória do Sistema Único de Saúde (SUS) até os dias de hoje.
“Esse resgate é fundamental para compreendermos o SUS e como devemos agir para aperfeiçoa-lo”, avalia o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, que participou do evento ocorrido na cidade onde reside.
Pigatto destaca ainda a organização e mobilização do município para ampliar o debate com a população e fortalecer a luta do controle social em defesa do SUS. “Isso ajuda nesse processo de debate. Rosário é uma cidade que tem tradição no controle social e não foi diferente nessa etapa. Acredito que a etapa estadual será bastante participativa”, afirma.
“Nosso SUS está doente e estamos vivendo um momento complicadíssimo com esse caos financeiro. Esperamos que, com as conferências de saúde, nossas demandas sejam atendidas”, completa a secretária municipal de saúde, Karla Rejane Pinheiro Fontoura.
O município de Rosário do Sul tem 39 mil habitantes e fica a cerca de 400 km da capital do estado. As dificuldades com a regionalização e a centralização dos serviços também foi um dos destaques da conferência municipal.
“Nós, que não moramos na região metropolitana, temos uma dificuldade muito grande de garantir as especialidades, porque o profissional quando se especializa não quer atuar no interior”, afirma Jair Oliveira.
As propostas aprovadas na 6ª Conferência Municipal de Saúde de Rosário do Sul (RS) serão apresentadas na conferência estadual, que será realizada de 24 a 26 de maio em Porto Alegre (RS).
Confira o relatório final da 6ª Conferência Municipal de Rosário do Sul
Fonte: Conselho Nacional de Saúde