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São Paulo: conferências de saúde no estado reúnem 5 mil conferencistas
Fotos: CNS
O esforço pela valorização da saúde pública e a ampla representatividade na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) marcaram a abertura da 8ª Conferência Estadual de Saúde de São Paulo, realizada na sexta-feira (28/06). O estado mais populoso do Brasil reuniu cerca de 1.500 participantes para discutirem propostas, organizadas anteriormente pelos municípios, e aprovarem diretrizes no âmbito estadual e federal.
O estado realizou 324 conferências municipais, 122 plenárias, 18 reuniões ampliadas e 9 conferências macrorregionais como atividades preparatórias para a conferência estadual. O processo envolveu cerca de 5 mil delegados e delegadas em todas as etapas anteriores, realizadas de 24 de abril a 23 de maio.
“Essa participação direta reuniu delegados para pensar, discutir e estabelecer diretrizes que possam atender a temática da conferência, neste importante evento da democracia, que deverá contribuir para a construção de objetivos que nortearão a política de saúde para o próximo quadriênio”, afirma o secretário estadual de saúde, José Henrique Germann Ferreira, que também preside o Conselho Estadual de Saúde (CES).
Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, que participou da cerimônia de abertura, o trabalho coletivo e a união entre os diferentes segmentos são fundamentais para a consolidação do SUS e para a manutenção da saúde como direito para todos.
“Precisamos, juntos, ser mais solidários com o sistema que construímos e esse é o momento para isso”, afirma Pigatto. “Para nós, todos aqueles que defendem a democracia e o estado democrático de direito, independentemente de outras divergências, estão do lado da saúde pública e na defesa do SUS”, completou o presidente do CNS ao destacar em seu discurso as recentes ameaças apresentadas ao sistema.
Desfinanciamento do SUS
Com o tema “A Consolidação do SUS para manutenção do Direito à Saúde”, a conferência de São Paulo tem entre os eixos temáticos a Resistência do SUS frente às formas restritivas do financiamento.
Os participantes destacaram a grave ameaça de desfinanciamento do sistema, que já era subfinanciado, com a implementação da Emenda Constitucional (EC) 95, que congela os investimentos em saúde pública até 2036. “O desfinanciamento da saúde pública é muito sério. Estamos aqui para defender a democracia e lutar contra todos os retrocessos dos últimos anos”, avisa a representante do Conselho de Secretários Municipais (Cosems) de São Paulo Adriana Martins.
“O SUS está ameaçado no Brasil, sempre foi subfinanciado mas hoje há desfinanciamento. Todos aqui temos responsabilidade de não deixar a peteca cair. Nossa luta continua”, afirma o médico e vereador de São Paulo Gilberto Natalini.
O estado de São Paulo vai eleger 460 delegados para defender as propostas de São Paulo na 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8), que acontecerá de 4 a 7 de agosto, em Brasília.
Ascom CNS