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Tragédia da Boate Kiss completa 6 anos, CNS continua atuando em defesa das vítimas
No dia 27 de janeiro de 2013, a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), fez 242 vítimas fatais e 682 feridos. Até hoje, seis anos depois, parentes e amigos sofrem as consequências. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) atuou em defesa das vítimas, mediando a relação entre o Ministério da Saúde (MS) e outros órgãos, além de recomendar a renovação do pacto de assistência e cuidados aos sobreviventes.
A recomendação foi aprovada durante a 298ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em Brasília, em outubro de 2017. Na época, o então presidente do CNS, Ronald dos Santos, o atual presidente do CNS, Fernando Pigatto, e a conselheira Sueli Barrios, representante da Associação Brasileira Rede Unida, estiveram em Santa Maria para intermediar as negociações de renovação do convênio que seguiu até 2018. A recomendação do CNS pede atendimento às vítimas por mais cinco anos.
As ações foram firmadas em parceria entre o MS, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul, as secretarias municipais de saúde de Porto Alegre e Santa Maria e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). “Nesse processo, nós atuamos nas negociações. Precisamos garantir o cuidado aos sobreviventes e ter ações de vigilância e prevenção para que situações como essa nunca mais aconteçam”, disse Pigatto.
A tragédia serviu como um alerta. Por esse motivo, fez parte de diversas discussões durante a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (1ª CNVS), que deu ao Brasil a Política Nacional de Vigilância em Saúde em 2018. O documento traz diretrizes de políticas públicas a serem desenvolvidas pelo MS.
A conselheira Sueli Barrios afirmou que o cuidado à saúde mental e física das vítimas deve continuar. “Diante de um desastre desse, as vítimas precisam de um cuidado longitudinal ao longo de sua vida. Nosso papel como controle social é intervir na tentativa de sensibilizar os órgãos e instituições para que as pessoas sejam cuidadas”, disse.
Com ajuda do CNS, em 2017, familiares das vítimas estiveram em Brasília no intuito de solicitar renovação do acordo. O Grupo Gestor do Cuidado às Vítimas, que formalizou a demanda ao CNS, visa promover a integração entre os serviços de saúde e elencar ações estratégicas que possibilitem o cuidado integral das vítimas. De acordo com o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), onde funciona o Centro Integrado de Atenção às Vítimas de Acidentes (Ciava), o MS optou por não renovar o acordo ainda no ano passado.
Atendimento às vítimas
Após a tragédia, voluntários, especialistas e profissionais de saúde, representantes da Cruz Vermelha, de conselhos e instituições de saúde criaram o Ciava, um centro de assistência e cuidados, envolvendo ações de vigilância em saúde, atenção básica, especializada e psicossocial. Mesmo sem a renovação do convênio, o HUSM, em nota publicada no site do hospital, garantiu que o atendimento às vítimas vai continuar.
O Ciava mantém uma equipe multiprofissional e com abordagem multi e interdisciplinar, visando a atenção integral às vítimas diretas e indiretas do incêndio. Durante os cinco anos de convênio, o centro realizou 18.200 atendimentos de acolhimento, psiquiatria, pneumologia, neurologia, cirurgia reparadora, fisioterapia, cirurgia reparadora, entre outras especialidades, às vítimas de acidentes decorrentes da Boate Kiss e outros desastres. Neste domingo (27/01), o presidente do CNS deve comparecer à Santa Maria para participar das homenagens às vítimas.
Fonte: Conselho Nacional de Saúde