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16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) será palco de teatro lúdico como ferramenta de enfrentamento à hanseníase
Fotos: CNS
No espaço SUS EmCena da tenda Paulo Freire, que reunirá dezenas de apresentações e oficinas culturais que articulam saúde, arte e democracia, o Teatro Bacurau será um dos destaques
Para enfrentar o estigma e a desinformação que cercam a hanseníase no Brasil, um projeto do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) tem uma receita simples: risadas e educação. Trata-se do Teatro Bacurau, que utiliza de linguagem lúdica para desmistificar questões sobre a doença. A trupe será uma das atrações do espaço SUS EmCena da 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8). A apresentação está prevista para as 13h da próxima terça-feira (6/08), na tenda Paulo Freire.
O projeto nasceu em 2008, a partir de uma parceria do Morhan com a Associação Beneficente dos Professores Públicos Ativos e Inativos do Estado do Rio de Janeiro (Appai). Desde então, a equipe percorre municípios do Rio de Janeiro em apresentações em escolas, serviços de saúde e praças públicas. Integram a trupe os atores Brenda Menezes, que da vida à palhaça Pirinélia, e Jorge Garcia, que faz as vezes de palhaço Eternilton, além da voluntária do Morhan Suerli Costa.
Brenda explica que a atividade tem dois momentos: “Começamos com uma palestra que informa sobre sinais, sintomas, transmissão, tratamento e cura, além dos direitos das pessoas atingidas pela hanseníase. Depois entram os palhaços com uma esquete que reforça as informações de forma divertida”. O objetivo é enfrentar o preconceito com leveza e transformar cada pessoa na plateia em um multiplicador de informações sobre a doença. “Nosso projeto é uma ação de mobilização e busca dialogar com a sociedade, sobretudo com as crianças e adolescentes, acerca da saúde como direito”, defende a atriz-ativista.
Para o conselheiro nacional de saúde e coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio, o Teatro Bacurau se fortaleceu inclusive como uma ferramenta de busca ativa de novos casos da doença. “A apresentação ajuda a fixar informações e estimula o público a contribuir na suspeição de casos e no encaminhamento às unidades básicas de saúde”, afirma. As ações são realizadas em parceria com os gestores municipais e estadual e alcançaram 400 mil pessoas no estado do Rio de Janeiro entre 2010 e 2018.
A hanseníase é um problema de saúde pública no Brasil, e pode ter alto potencial incapacitante quando não diagnosticada oportunamente. Mas é uma doença que tem cura e tratamento gratuito pelo SUS e que não deixa sequelas se identificada no início. Para saber mais sobre a doença e seu enfrentamento, confira o site do Morhan.
Espaço cultural vai agitar a 16ª Conferência
Música, teatro, cinema, dança, rodas de conversa, poesia, atividades lúdicas e contação de histórias estão entre as atrações culturais selecionadas para a 16ª Conferência, que será realizada de 4 a 7 de agosto, em Brasília. O objetivo das atividades é mostrar a multiculturalidade, valorizar e promover a saúde por meio de linguagens artísticas, bem como intercâmbio de grupos, a troca de saberes e o fortalecimento das lutas em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Serão 49 atividades no espaço SUS EmCena – Tenda Paulo Freire e no espaço de cuidados Neide Rodrigues.
A 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) é organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e realizada pelo Ministério da Saúde (MS). Considerada o maior espaço de participação social do Brasil, o evento reúne mais de cinco mil pessoas de todo o país para propor melhorias ao Sistema Único de Saúde (SUS), sendo um resgate à 8ª Conferência, realizada em 1986, responsável por definir as bases para construção do SUS na Constituição de 1988. O relatório final do evento vai gerar subsídios para a elaboração do Plano Plurianual 2020-2023 e do Plano Nacional de Saúde.
Conheça a programação cultural da 16ª Conferência
Fonte: Morhan