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Resistência: CNS forma multiplicadores do controle social no SUS
Foto: #PraCegoVer
Ao longo de 2017 e 2018, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), em parceria com o Centro de Educação e Assessoramento Popular (Ceap), formou 3.875 lideranças, em todo o Brasil, para fortalecerem ações de participação social em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). Nos dias 4 e 5 de setembro, 70 ativistas membros de Comissões Intersetoriais de Educação Permanente para Controle Social no SUS (CIEPCSS), de diversos estados, estiveram reunidos em Brasília com objetivo de avaliar essa trajetória e planejar o novo projeto da área, previsto para 2019.
Elci Lobão Medeiro – membro do Conselho Estadual de Saúde do Espírito Santo
“Estar aqui é um grande aprendizado. Agora pretendo levar para meu estado esse conhecimento e repassar tudo para os meus pares. Vamos fazer reuniões e rodas e conversas. Ações para os conselheiros e também para a população em geral. Tudo isso é de grande relevância porque as pessoas terão mais conhecimento sobre o SUS e poderão participar ativamente do controle social”.
Carlos Alberto Silva – membro do Conselho Estadual de Saúde de Sergipe
“Daqui levo a troca de experiências e o aprendizado a partir das informações dos nossos colegas de estados. É uma ação muito boa do CNS a partir de comissões que têm um valor primordial dentro dos conselhos municipais e estaduais de saúde. Agora vamos elaborar nossas capacitações e lidar melhor com as problemáticas do cotidiano. É um compromisso nosso retornar para nossos estados e fortalecer a comissão para que todas as discussões sejam socializadas aos municípios”.
Morena Marques – membro da CIEPCSS do CNS
“Levamos daqui o desafio de discutir o tema em uma perspectiva crítica num período neoliberal de cortes drásticos no SUS. O controle social está enfrentando isso sobretudo com seu papel mobilizador. Nós dependemos da saúde pública para a nossa sobrevivência, defendendo a democracia. Ainda temos dificuldade porque a preocupação de muitos conselheiros ainda é de uma gestão pragmática. Mas estamos transitando de uma perspectiva institucional para uma perspectiva mobilizadora”.
Sueli Barrios – conselheira nacional de saúde representante da Rede Unida e coordenadora da CIEPCSS
“Nosso propósito é formar politicamente os movimentos sociais e conselheiros para que possam entender seu papel nessa conjuntura difícil do SUS. Realizar essa formação em todos os estados do país é uma vitória. Formamos multiplicadores que saíram mobilizados para defender a saúde como direito humano. Houve um avanço na organização das comissões nos estados e municípios em defesa de um financiamento adequado, mesmo com uma conjuntura adversa”.
Conceição Silva – conselheira nacional de saúde representante da União Nacional de Negros pela Igualdade coordenadora adjunta da CIEPCSS
“É um desafio fazer esse curso nesse momento de contradição histórica. Todas as estruturas de políticas públicas vêm sofrendo ataques grandes. Esse curso do CNS e do Ceap é engrandecedor. É para o fortalecimento do SUS e da saúde como direito humano. Esse é o grande ganho de um processo de formativo que dá à sociedade a informação do que é preciso para que os conselheiros e sociedade civil exerçam a participação social. O resultado foi tão positivo que o pleno do CNS aceitou dar continuidade ao projeto”.
Rosely Arantes – membro da CIEPCSS do CNS
“O SUS, pela legislação, quebra com os aparatos de troca na política. Para certos governantes, o SUS é um entrave. Então o curso de formação para controle social no SUS mostram as estratégias para garantirmos o funcionamento dos conselhos. Com o projeto, comissões passaram a existir, pessoas que eram militantes hoje também estão compondo conselhos. Estamos vivendo uma sensação de perda grande. Então o curso deu uma injeção de ânimo às nossas lutas. Essa formação trouxe um brilho no olho das pessoas. Nós mostramos que ainda vale a pena lutar”.
Emílio Fontoura – membro do Conselho Estadual de Saúde Tocantins
“Com esses dois dias de participação nesse encontro, nossa ótica se abriu de uma forma especial. Agora teremos mais condições de fazermos a multiplicação do conhecimento aos municípios e devemos isso ao CNS. Nossa preocupação é conduzir esse processo rumo à 16ª Conferência Nacional de Saúde”.
Valdevir Both – representante do Ceap e coordenador do projeto de formação
“Temos uma conjuntura em que os nossos direitos estão sendo cada vez mais violados, em especial a saúde. São temas que fazem parte do cotidiano dos movimentos sociais e conselhos de saúde. O controle social é um desafio. Esse projeto traz um conjunto de resultados positivos. Tivemos uma alta procura de pessoas que se inscreveram para fazer a formação. E uma participação efetiva com comprometimento das lideranças, assumindo a tarefa da multiplicação”.
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Fonte: Conselho Nacional de Saúde