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Privatização do SUS: jovens debatem estratégias para garantir saúde pública
Foto: CNS
Conferência Nacional Livre de Juventude e Saúde (CNLJS), durante o debate sobre o Financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), realizado nesta sexta-feira (16/11), na Universidade de Brasília (UNB).
Segundo o assessor político do Instituto de Estudos Socioeconômicos (IESC) Matheus Peres Machado Magalhães, a saúde consome em torno de 4% do orçamento federal, enquanto 43% do orçamento é consumido por juros e encargos da dívida pública brasileira. Magalhães ainda destaca que o orçamento tem reduzido a cada ano.
“Em 2014 o orçamento para a saúde foi de R$ 124,8 bilhões, enquanto que em 2017 o valor foi equivalente a R$ 109,2 bilhões. Vemos ainda outros aspectos do orçamento que estão caindo, como o de medicamentos, que em 2016 foi de R$ 18 bilhões de reais e no ano passado de R$ 16,4 bilhões, enquanto os gastos com a produção e inovação dos medicmentos chegou a ter investimentos de R$ 73 milhões em 2015 e caiu para R$ 11,3 milhões em 2017”, informa.
Com a aprovação da Emenda Constitucional 95 em dezembro de 2016, que congela os investimentos em saúde e educação pelos próximos vinte anos, a situação fica ainda mais crítica.
Diante do atual cenário, os estudantes que participam do evento organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) até domingo (18/11) destacaram a preocupação com a privatização do SUS. “Estamos em um cenário totalmente desfavorável, com o avanço do fascismo e a privatização desenfreada. Temos de nos organizar e potencializar os debates também nas nossas comunidades locais para fazer esse enfrentamento”, avalia a estudante e especialista em Saúde Coletiva pela Fiocruz Larissa Santos Lopes.
Para Vitória Pinheiro, estudante que também está participando da 1ª CNLJS, entre as alternativas para enfrentar a política de austeridade e recessão está a “construção de um projeto de Brasil independente. Temos de fazer a roda da economia girar para o nosso lado e não para gerar mais riquezas para quem já tem. Essa é uma parte que não podemos nos isentar enquanto juventude”, afirma. “O movimento estudantil tem que sair dos muros da universidade e começar a atuar nas ruas, junto com a população e articulando com a base”, completa a representante da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem) Mariana Aparecida Santos da Fonseca.
As propostas aprovadas na conferência da juventude vão compor o relatório que será encaminhado para a 16ª Conferência Nacional de Saúde, programada para acontecer em agosto de 2019.
Fonte: Conselho Nacional de Saúde