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Resistência e luta marcam abertura do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
Foto: CNS
A resistência contra todos os ataques aos direitos sociais do povo brasileiro e a luta em defesa da democracia, da soberania nacional e das instituições públicas deram o tom na abertura do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), nesta quinta-feira (26/07), no Rio de Janeiro.
Realizado com a participação de 7.500 ativistas, o Abrascão é o maior evento de saúde da América Latina, reunindo pessoas de diferentes países. O congresso científico, com ampla compreensão sobre saúde coletiva e direitos à saúde, ocorre a cada três anos e em 2018 está acontecendo na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos.
Com a bandeira do fortalecimento do SUS, dos direitos e da democracia, o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva apresenta uma programação científica em que aproximadamente 20% das mesas redondas contam com representações de movimentos sociais, organizações comunitárias, conselhos, ONG’s, entre outros. O objetivo é reunir diretrizes e deliberar ações políticas de saúde, diante da atual crise social que o Brasil enfrenta, e potencializar a as discussões pela retomada da democracia.
“O governo federal, nos últimos dois anos, se transformou em adversário da Abrasco, mas o Abrascão sempre foi também um congresso político. Daqui vamos tirar diretrizes, plataformas, projetos para a nossa ação ao longo dos próximos anos, recarregar nossa energia e confirmar para nós mesmos que a esperança somos nós. Nosso movimento insiste e resiste avançando”, completou o presidente da Abrasco, Gastão Vagner.
O Controle Social está no Abrascão com a presença de mais de 500 conselheiros de saúde, promovendo uma série de atividades, tribunas livres e mesas redondas em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos direitos humanos. “A saúde e a educação no nosso país estão sendo sucateadas. Nossa Constituição, que é exemplo para o mundo, foi alterada e não podemos permitir isso, queremos que o direito à saúde seja respeitado, que tenhamos de fato uma gestão participativa e democrática das políticas de saúde. Para isso, só há um caminho que é o financiamento adequado e o respeito à democracia”, avaliou o presidente do CNS, Ronald dos Santos.
A ex-presidenta do Chile, Michele Bachelet, foi convidada para realizar a palestra “Direitos e Democracia: sistema universais e públicos de saúde”. Ela apresentou um panorama da atual situação da saúde pública em diferentes países da América Latina. “Há uma ofensiva dos setores conservadores contra SUS e não podemos deixar que isso nos abata. Entre os principais desafios para o alcance da saúde pública integral para todos está a garantia de investimento público. O essencial é não perder o foco, e o foco são as pessoas”, avalia.
Ascom CNS