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CNS contribui com diretrizes do Ministério da Saúde para uso racional de medicamentos
Foto: CNS
Representantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS) participaram da reunião do Comitê Nacional para Promoção do Uso Racional de Medicamentos (CNPURM), do Ministério da Saúde, na última sexta (24/08). A reunião aconteceu na sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília, com o objetivo elaborar diretrizes para o Uso Racional de Medicamentos (URM) no intuito de subsidiar as prévias das conferências de saúde e uma campanha nacional sobre o tema.
As conselheiras Conceição Silva, representante da da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro) e Ana Lúcia Marçal, da Associação Brasileira Superando o Lúpus, participaram das discussões, contribuindo com o debate sobre Antimicrobianos (medicamentos que combatem a proliferação de micróbios); Medicalização e Populações em Vulnerabilidades. Diante do aumento da resistência aos antimicrobianos, os participantes frisaram a necessidade de conscientização e educação da população sobre riscos, além do aumento de medicalização em crianças em idade escolar, adolescentes e adultos em privação de liberdade, saúde mental e pessoas com mais de 60 anos.
Conceição destacou a necessidade de um olhar mais atento às populações em vulnerabilidades. “O estado brasileiro precisa enfrentar as assimetrias sociais na saúde, provocadas pelo racismo, abandono social, dificuldades de acesso ao sistema de saúde”, disse. Para ela, é necessário que o poder público promova uma assistência farmacêutica com equidade, “que contemple a todas e todos com vistas a acabar com as iniquidades na saúde”.
Como exemplo, a conselheira mencionou as especificidades de medicamentos para a população negra e de rua. “Sabemos que alguns medicamentos têm pouco impacto no controle da hipertensão arterial na população negra e, sem a medicação correta, o quadro de saúde agrava a vida de usuárias e usuários. Por outro lado, vamos encontrar situações graves, como as das mulheres em situação de rua que fazem uso de psicofármacos para ficarem acordadas e não serem violentadas”, afirmou.
Biossimilares
Para a conselheira Ana Lúcia Marçal, é preciso ampliar a discussão sobre o uso de medicamentos biossimilares. “São tecnologias caras, que precisam de manejo e conservação adequadas para que possam ter uma boa interação e eficácia no tratamento”, avaliou, ressaltando a importância da presença do controle social na saúde diante do debate sobre o URM. A próxima reunião do comitê deve acontecer ainda em 2018.
Fonte: Conselho Nacional de Saúde