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Coletânea Rumo à 5ª CNSTT
Os desafios enfrentados pelo Trabalhador e Trabalhadora
As lutas do trabalhador e da trabalhadora nunca acabaram, percebemos que muito foi perdido nos últimos anos, ao mesmo tempo em que ainda há muito a conquistar, a busca por direitos ainda persiste nos dias de hoje.
Os desafios encontrados são inúmeros: aumento da frequência de doenças e agravos (podendo levar anos para se manifestarem); exposição a riscos; contratos de trabalhos precários; trabalho análogo à escravidão, ainda presente nos dias de hoje; sem falar no que estamos vivenciando cotidianamente, assédio moral no trabalho e trabalhadores adoecidos mentalmente.
Tanto se fala em direito dos trabalhadores, mas o que se tem feito por eles? O sistema capitalista presente na atualidade se baseia na propriedade privada dos meios de produção e na exploração lucrativa, acumular capital e obter lucro. É evidente a importância da luta pelo direito humano do trabalhador por um trabalho decente, com remuneração digna (porque renda está associada à saúde), revisão de contratos, férias, capacitações e educação permanente, na busca por alternativas e soluções para os problemas de saúde reais vivenciados pela classe trabalhadora. Mas, não para por aí, pois o maior prejuízo ocorre com a precarização da dignidade da pessoa humana.
Notamos que a luta pela sobrevivência faz com que os trabalhadores fiquem sujeitos a situações desnecessárias, ferindo a dignidade humana do trabalhador, prejudicando sua vida profissional, social e pessoal.
Os dados sobre assédio moral no trabalho mostram que o problema é grave e afeta muitos trabalhadores. Isso retira a condição humana dos trabalhadores e das trabalhadoras, que no futuro podem desenvolver doenças emocionais: depressão; estresse; burnout; e, até mesmo autoextermínio.
É importante lembrar que a saúde mental deve ser levada em consideração, pois os transtornos mentais estão entre as principais causas de afastamento do trabalho. O cuidado e o respeito devem ser de suma importância aos trabalhadores durante o desempenho de suas funções. Afinal, respeitar é prevenir!
Portanto, é necessário ter um olhar justo com o trabalhador e com a trabalhadora, soluções que promovam o bem-estar físico e mental, com jornadas de trabalho apropriadas, programas de apoio psicológico, diálogos sobre saúde menta. Além disso, é essencial investir em uma gestão capacitada, uma gestão que reconheça cada vez mais o trabalhador, que valoriza o outro, reconhece atuações e que motiva a equipe.
É preciso lutar por um trabalho com os padrões morais e éticos! O trabalhador encontra a satisfação pessoal no desenvolvimento do seu trabalho, e é missão de todos construir um ambiente de trabalho saudável e integro. É preciso lutar por um trabalho justo!
Bárbara dos Santos do Nascimento Mel
Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – Aparecida de Goiânia
*A Coletânea “Rumo à 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CNSTT) – Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora como Direito Humano” é uma iniciativa aberta que convida a sociedade a participar da reflexão sobre os desafios da saúde no mundo do trabalho. Trabalhadores, sindicalistas, movimentos sociais, coletivos, Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cistt), entre outros, podem enviar seus materiais, em diferentes formatos. Veja as orientações para participar.