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Prevenção de câncer de colo de útero: Ministério da Saúde incorpora teste inovador para detecção do HPV em mulheres
A eliminação do câncer de colo de útero como problema de saúde pública no Brasil é prioridade para o Ministério da Saúde. Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, ela segue como o terceiro tipo de câncer mais comum e a quarta causa de óbito pela doença em mulheres – principalmente negras, pobres e com baixos níveis de educação formal. Então para mudar esse cenário, o Ministério da Saúde ampliou o acesso a alternativas eficazes com a incorporação da testagem molecular para detecção do vírus HPV e para rastreamento do câncer do colo do útero.
A decisão é um ganho para as mulheres, já que além de ser uma tecnologia eficaz para detecção e diagnóstico precoce, traz a vantagem do aumento do intervalo de realização do exame. Enquanto a forma atual de rastreio, por meio do exame Papanicolau, deve ser realizada a cada três anos e, em caso de detecção de alguma lesão, de forma anual, a testagem é recomendada a cada cinco anos. Essa mudança traz permite melhor adesão e facilita o acesso ao exame.
Para o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Carlos Gadelha, a incorporação é marco de uma gestão que, ciente da diversidade e desigualdades do país, busca disponibilizar tratamentos que atendam, de fato, às necessidades da população e facilitem o acesso à saúde. “O câncer de colo de útero tem causa conhecida e ainda atinge muitas mulheres, principalmente, mulheres em situação de vulnerabilidade. Esse aumento na precisão, na eficiência e no intervalo do rastreamento é um grande ganho, já que facilita o acesso colocando uma inovação tecnológica de grande impacto à serviço da vida da população brasileira”, afirmou.
Anualmente, cerca de 17 mil mulheres no Brasil são diagnosticadas com câncer de colo de útero. Diferente de outros tipos de câncer, a doença tem causa conhecida: a infecção resistente por algum tipo de HPV, infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. E, embora sejam ofertadas alternativas para prevenção - tanto por meio da vacinação contra HPV, do uso de preservativos nas relações sexuais e da realização do rastreio para diagnóstico precoce - a doença segue como uma das principais causas de morte de mulheres em idade fértil por câncer no Brasil. Na região norte do país, por exemplo, essa é a principal causa de óbito entre as mulheres.
Recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a testagem é considerada o padrão ouro para detecção do câncer de colo de útero e integra as estratégias para eliminação do câncer do câncer de colo de útero como problema de saúde pública até 2030. A incorporação foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa que a já ofertada no SUS.