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Tratamento para brucelose ganha nova opção terapêutica no SUS
Foi incorporado ao SUS o sulfato de gentamicina associado à doxiciclina para o tratamento da brucelose humana, doença que é transmitida ao homem por contato direto ou indireto com animais e produtos derivados contaminados. O novo esquema terapêutico permite a substituição da estreptomicina, produzida apenas por um laboratório, e tem sido amplamente utilizado também para o tratamento de tuberculose no SUS.
Durante a avaliação da tecnologia, o Comitê de Medicamentos da Conitec foi favorável à incorporação e a considerou como mais uma alternativa capaz de preencher uma lacuna no manejo clínico da doença.
Atualmente, o tratamento é realizado com diferentes classes de antibióticos para melhorar os sintomas e evitar possíveis complicações. Com a incorporação do sulfato de gentamicina associado à doxiciclina — também disponibilizada no Sistema Único de Saúde — os pacientes passam a ter mais uma opção de tratamento, que apresenta os mesmos níveis de eficácia e segurança que o esquema já disponibilizado na rede pública de saúde.
A falta de dados relacionados à doença e de diretrizes para orientar o tratamento de pacientes é um desafio global. A mais recente publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o assunto data de 2006. Nesse sentido, a iniciativa do Ministério da Saúde em atualizar as diretrizes é um passo importante que deve servir de referência para outros países no enfrentamento da doença.
Brucelose humana
A brucelose humana é causada por bactérias do gênero Brucella spp., pertencentes à família Brucellaceae. É altamente prevalente em ambientes ocupacionais e está listada como doença relacionada ao trabalho pela Portaria nº 1.999/2023 do Ministério da Saúde. Em geral, afeta com maior frequência trabalhadores rurais, veterinários, trabalhadores de frigoríficos e laboratórios.
Devido às múltiplas rotas de infecção da bactéria, sendo os mamíferos os principais hospedeiros naturais, a brucelose representa um desafio de controle difícil e uma séria ameaça à saúde pública, à qualidade de vida e à sobrevivência tanto de humanos quanto de animais.
Embora a brucelose humana chame a atenção dos sistemas de saúde em todo o mundo devido aos seus importantes impactos, tanto do ponto de vista ocupacional quanto sanitário, além dos prejuízos econômicos, ela ainda é pouco conhecida, de difícil diagnóstico, subnotificada e negligenciada.