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Nova associação de medicamentos beneficia pacientes com linfoma em tratamento no SUS
Pacientes com linfoma em tratamento pelo SUS agora têm uma nova opção terapêutica com a incorporação da lenalidomida em combinação com o rituximabe, conforme portaria SECTICS/MS nº 29/2024 publicada na última semana pelo Ministério da Saúde. Segundo a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), o medicamento pode aumentar a sobrevida livre de progressão em pacientes diagnosticados com linfoma folicular (LF) que tiveram falha terapêutica, progressão da doença após outras terapias ou reaparecimento do câncer após um tratamento previamente bem-sucedido. A Comissão também considerou que essa associação de medicamentos apresenta boa relação entre os custos e os benefícios ganhos.
A lenalidomida é um medicamento oral que atua no sistema de defesa do corpo. As células do linfoma folicular produzem uma falha no sistema de defesa que prejudica o controle do câncer e a lenalidomida demonstrou reverter essa falha por meio do bloqueio da formação de novos vasos sanguíneos. Desse modo, o medicamento afeta o crescimento e a disseminação de células cancerígenas. A aprovação do medicamento combinado ao rituximabe pela Anvisa é indicada para o tratamento de pacientes com linfoma folicular ou linfoma de zona marginal previamente tratados.
Saiba mais
O LF é um tipo de Linfoma não-Hodgkin originado pelo crescimento e pela multiplicação acelerada de células B do sistema linfático, que, em condições normais, atua na defesa do corpo humano, combatendo infecções e outras doenças. A doença pode provocar o aumento dos gânglios linfáticos e prejudicar a sua atuação. Conhecidos popularmente como “ínguas”, os gânglios linfáticos são pequenos nódulos distribuídos em diferentes partes do corpo, que contribuem para a ação do sistema de defesa. Geralmente, aqueles originados nas regiões do pescoço, da axila e da virilha são os mais afetados. A doença também pode envolver outros tecidos linfáticos, como o baço e a medula.
O aparecimento do LF pode estar relacionado a diferentes aspectos, como fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Em muitos casos, o crescimento desse câncer é lento e se desenvolve ao longo de muitos anos. Os sintomas relacionados a ele variam e estão associados ao volume do linfoma, à região ou às regiões de envolvimento e a outros fatores. Além disso, muitos pacientes diagnosticados são assintomáticos. O desenvolvimento da doença pode alternar entre períodos de manifestações descontroladas ou piora temporária que requerem tratamento e períodos em que os sinais da doença desaparecem ou o câncer estabiliza. A média de idade no momento do diagnóstico é de 65 anos.
No SUS
Segundo o documento de Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas de Linfoma Folicular do Ministério da Saúde, publicado em 2014, as opções terapêuticas disponíveis no SUS variam conforme a classificação do tumor. A doença pode ser classificada em fase inicial (estágios I e II) e fase avançada (estágios IIIA, IIIB e IV), com base na quantidade de cadeias de gânglios linfáticos atingidas ou órgãos envolvidos. O documento refere-se apenas aos graus I, II ou IIIA.
A radioterapia é o tratamento padrão nos estágios iniciais. Em estágios avançados, a radioterapia é indicada após a quimioterapia. O rituximabe é recomendado para pacientes sintomáticos com diagnóstico recente do LF em fase avançada que requerem poliquimioterapia – quando vários medicamentos são utilizados – como primeira opção de tratamento. A escolha do esquema de quimioterapia dependerá das características do paciente. Para indivíduos com falha terapêutica, progressão da doença após a finalização de outras terapias ou reaparecimento do câncer após um tratamento considerado bem-sucedido, considera-se o transplante de células-tronco hematopoéticas como tratamento padrão. Pacientes sintomáticos, que não foram tratados anteriormente com rituximabe, podem receber quimioterapia contendo este medicamento.
Acesse o relatório para sociedade sobre o tema.