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Pacientes com Doença de Crohn ganham nova opção de tratamento no SUS
Pacientes com Doença de Crohn (DC) ativa moderada a grave ganham nova opção de tratamento no SUS com a incorporação do ustequinumabe. A doença inflamatória crônica atinge o intestino e ainda não tem cura. Mesmo com outras alternativas terapêuticas na Rede, essa era uma demanda dos pacientes para que um medicamento com novo mecanismo de ação também estivesse disponível. O tratamento é orientado pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da DC com o objetivo de controlar sintomas, reduzir hospitalização e a necessidade de cirurgia e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença. Trata-se de um tratamento complexo, feito de acordo a localização da doença, a sua atividade e as complicações no organismo.
Até aqui, nos casos classificados como DC moderada a grave, era indicado o uso de corticoides, azatioprina e metotrexato nas duas fases do tratamento. Porém, na ocorrência de contraindicações, falhas ou intolerâncias, recomendava-se a terapia anti-TNF com os medicamentos infliximabe, adalimumabe e certolizumabe pegol. Já o ustequinumabe inibe a atividade de proteínas específicas, chamadas interleucinas 12 e 23, e já está incorporado no SUS para o tratamento da psoríase.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) avaliou a inclusão do medicamento para pacientes com resposta inadequada, perda de resposta ou que foram intolerantes ou possuem contraindicações às demais opções de tratamento já incorporadas.
Na avaliação, a Comissão considerou as evidências científicas relacionadas ao medicamento, que apontaram os benefícios clínicos do seu uso para esta população, além da necessidade de disponibilizar outra alternativa de tratamento para pacientes.
Saiba mais
A história natural da Doença de Crohn é marcada por fases agudas e de remissões. A gravidade é medida por meio de uma escala que avalia a atividade da doença e permite classificá-la em três graus: (1) leve; (2) moderada a grave; e, (3) manifestações graves/fulminantes. Pacientes com a DC leve são tratados em ambulatório, apresentam boa tolerância a alimentação e não apresentam desidratação e perda peso superior a 10%. Já os pacientes com DC moderada a grave podem precisar de atendimento hospitalar e apresentam um estado geral bastante comprometido. Por fim, pacientes com DC graves/fulminantes necessitam de atendimento hospitalar devido ao agravamento dos sintomas e o insucesso do tratamento ambulatorial.
Os sintomas mais comuns são: diarreia seguida por sangramento, perda de peso, dor abdominal, febre, palidez, caquexia (que é a perda de gordura, massa muscular e massa óssea), massas abdominais palpáveis, fístulas (comunicação entre estruturas do intestino que, em condições normais, não se conectariam, gerando desconforto e podendo evoluir para quadros graves) e fissuras perianais (machucados ou pequenas rachaduras ao redor do ânus).
O diagnóstico de DC é mais comum durante a adolescência e no adulto jovem. Por apresentar uma variedade de manifestações clínicas e sintomas semelhantes a outras doenças intestinais, o diagnóstico pode ser difícil. Para identificação da doença, é necessária uma investigação mais profunda, combinando características clínicas com achados em exames endoscópicos, histopatológicos, laboratoriais e de imagem.
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