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Brasil lança versão brasileira de relatório da OMS que propõe um novo paradigma para o complexo industrial da saúde
“O passo radical que propomos aqui é colocarmos a saúde para todos como meta não somente dos setores ligados à saúde pública, mas de todo o sistema, seja econômico, financeiro, industrial, de inovação, enfim, toda a estrutura deve percorrer esse objetivo”. A fala da economista e professora da University College London, Mariana Mazzucato, nesta quinta-feira (28) durante a cerimônia de lançamento da versão brasileira do relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) “Saúde para Todos: transformando economias para fornecer o que importa” sintetiza uma mudança de paradigma para orientar as políticas econômicas na área da saúde.
Mariana é presidente do Conselho de Economia da Saúde para Todos da OMS e coordenou os estudos para elaboração do relatório. O evento de lançamento da tradução, proposto pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde (SECTICS), ocorreu no contexto da publicação da Nova Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
Para o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, Carlos Gadelha, o documento vem ao encontro da proposta da atual gestão de fortalecer o complexo econômico e industrial para ampliar o acesso à saúde. “É um momento propicio para lançarmos esse relatório, já que nessa semana também publicamos a nova estratégia do complexo industrial da saúde. Ambas convergem de uma mesma visão”, afirmou.
A ministra do Estado da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que é as orientações do relatório são absorvidas pela gestão, na proposta de tornar a saúde como uma meta transversal.
“Nosso entendimento é que a saúde não é uma política setorial, mas está no centro de todo o governo. Queremos orientar nossa economia, nosso sistema de inovação para construção de um Brasil soberano, que pode cuidar da saúde da população. E para isso, precisamos unir forças.” Nísia destacou o compromisso da pasta para eliminação de doenças negligenciadas e lembrou que essa é uma das premissas da nova política do complexo industrial da saúde.
Mariana celebrou a publicação da nova política pelo Brasil e destacou que o país vive um novo momento, com a oportunidade de orientar investimentos e política econômica em prol da saúde da população. “Eu espero que o Brasil coloque a saúde como central na estratégia da sua política industrial, econômica e de inovação. Ela tem que ser a grande meta do governo”, afirmou.
O evento contou com a presença da ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Duek, da secretaria de Vigilancia em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, do secretario de Saúde Indigena, Weiba Tapeba além de representantes do legislativo federal.
O relatório
O relatório propõe uma nova narrativa econômica em que a saúde para todos seja central e oriente toda a estratégia a ser adotada. Nessa perspectiva, a saúde não é um setor, mas ela permeia todos os outros setores da economia, como objetivo central.
São 13 recomendações propostas, orientadas a partir de quatro pilares: valorização da saúde para todos, financiamento da saúde para todos, inovação para a saúde para todos e fortalecimento da capacidade do setor público em prol da saúde para todos.
Leia aqui o relatório na íntegra.