Notícias
Ministério da Saúde publica atualização do PCDT de HIV em adultos
Nesta semana, o Ministério da Saúde publicou uma nova versão do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para manejo do HIV em adultos. O documento orienta o cuidado e tratamento disponível no SUS e, com a atualização, passa a ser dividido em três módulos, para facilitar a consulta por pacientes e profissionais de saúde. Inclui, ainda, novas opções de terapia antirretroviral (TARV), para controlar a infecção pelo HIV, além de novos testes diagnósticos. Outra novidade é a mudança do texto do documento que, pela primeira vez, destaca que pessoas que vivem com HIV/AIDS com a carga viral indetectável não apresentam risco de transmitir o vírus por via sexual.
Agora o documento será dividido nos seguintes módulos: I - Tratamento; II - Coinfecções e infecções oportunistas e III – Comorbidades. A portaria traz a publicação dos das duas primeiras partes.
Entre as novidades do PCDT está a recomendação de que o tratamento antirretroviral seja iniciado no mesmo dia ou, no máximo, até sete dias após o diagnóstico. No tratamento antirretroviral, foi adicionada a opção de “terapia dupla” que consiste na tomada de comprimido único e diário composto por lamivudina e dolutegravir, alternativa importante para pessoas com outras doenças e/ou com intolerância aos outros medicamentos disponíveis.
Também recomenda o uso do antirretroviral darunavir 800 mg para o tratamento de pessoas que seguem com carga viral do HIV detectável no sangue, mesmo com o uso do tratamento de primeira linha disponível no SUS, que inclui doses menores deste medicamento.
A disponibilização universal e gratuita de antirretrovirais tem sido uma importante estratégia para aumentar e melhorar a expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV ou aids desde a década de 1990. A atualização do PCDT vem no contexto do compromisso assumido pela pasta, em janeiro desse ano, de eliminar o HIV/AIDS como problema de saúde pública no país.
No que diz respeito às coinfecções e infecções oportunistas, o documento enfatiza a importância das ações para pessoas com coinfecção tuberculose e HIV (TB-HIV), pois, em relação à população geral, as pessoas vivendo com HIV ou aids possuem 19 vezes mais riscos de desenvolver tuberculose, sendo essa uma das principais causas de mortalidade.
A atualização preconiza o rastreio da tuberculose em todas as consultas, bem como o diagnóstico precoce com a utilização do LF-LAM, teste rápido, incorporado em 2021, para rastreio e diagnóstico da tuberculose pulmonar e extrapulmonar nas pessoas que vivem com HIV ou AIDS.
O documento destaca ainda a importância do tratamento para a infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB). Composto por dois medicamentos (rifapentina e isoniazida), o tratamento têm toxicidade e tempo de uso reduzidos, o que melhora a adesão. Além disso, a atualização traz ainda estratégias para o diagnóstico, o tratamento e a profilaxia de outras condições associadas a aids como: HTLV, criptococose, histoplasmose e leishmaniose.
Para mais informações sobre o tratamento disponível no SUS e indicadores relacionados ao tema, acesse: https://www.gov.br/aids/pt-br