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Nova apresentação de medicamento recomendado pela Conitec pode ampliar acesso ao tratamento de pacientes com retocolite no SUS
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação no SUS da mesalazina sachê para o tratamento de pacientes com retocolite ulcerativa (RCU) idiopática. A avaliação da tecnologia considerou pacientes acima de 18 anos de idade em todas as extensões em terapia de indução e manutenção da remissão da doença. O medicamento já está incorporado ao SUS em outras formas de apresentação, e a possível incorporação em sachê representará mais uma opção terapêutica. A decisão agora é do secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde (SECTICS/MS), sendo publicada posteriormente no Diário Oficial da União (DOU).
A análise atual dos relatórios revela que a apresentação em sachê leva a maior adesão ao tratamento e controle da atividade da doença. Os dados apontam para melhor qualidade de vida e menor número de complicações, devido à melhor adesão ao tratamento, e consequentemente menos internações, gerando, assim, menor custo para o sistema de saúde. Na prática, pacientes apontam diferenças na rotina de uso diário de medicamentos, uma vez que encontram dificuldade de ingestão devido ao tamanho e a quantidade de comprimidos.
A retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal crônica e autoimune, caracterizada por episódios recorrentes de inflamação que acomete predominantemente a camada mucosa do cólon. Pode ter início em qualquer idade, porém o pico de incidência ocorre dos 20 aos 40 anos.
As causas da doença parecem estar relacionadas a fatores hereditários e a respostas inadequadas do sistema imune. O sintoma principal da RCU é a diarreia com sangue. Cerca de 90% dos pacientes apresentam hemorragia retal. Outros sintomas comuns: cólica abdominal, espasmo doloroso do esfíncter anal, desejo urgente de defecar e fluido mucopurulento nas fezes e, em casos mais graves, febre, anemia e emagrecimento.
Tratamento no SUS
Os tratamentos disponíveis no SUS envolvem o uso de aminossalicilatos orais ou por via retal (sulfasalazina e mesalazina), de corticosteroides (hidro-cortisona e prednisona), de imunossupressores (azatioprina, 6-mercaptopurina, ciclosporina intravenosa), e de antibiótico. Uma das opções de tratamento é a retirada total ou parcial do cólon, a colectomia, usada quando os sintomas não forem controlados, ou se não houver melhora com o tratamento convencional.
Ano passado, o Ministério da Saúde atualizou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Retocolite Ulcerativa (RCU). O documento orienta o tratamento ofertado no SUS e foi elaborado após a incorporação do citrato de tofacitinibe para o tratamento de pacientes com a doença em estágio moderado a grave e com resposta inadequada, perda de resposta ou intolerantes ao tratamento prévio com medicamentos sintéticos convencionais ou biológicos. Uma atualização anterior também havia sido feita após a incorporação dos medicamentos infliximabe e vedolizumabe para RCU.
Acesse aqui o PCDT.
Ocorrendo a incorporação da nova apresentação da mesalazina, uma nova atualização do documento deverá ser feita.