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MHT: documento sobre estudos de medicamentos para tratamento de depressão está disponível
Está disponível no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) o informe de Monitoramento do Horizonte Tecnológico (MHT) de medicamentos para o tratamento do Transtorno Depressivo Maior (TDM). O documento foi elaborado com a finalidade de identificar tecnologias novas e emergentes na assistência aos pacientes. O TDM está entre as quatro principais causas de invalidez, afetando a produtividade e qualidade de vida dos brasileiros. Trata-se de um tipo mais grave de depressão, mais crônico e com maior sintomatologia física e mental. O conteúdo é publicado pelo Ministério da Saúde no mês de maio, ocasião em que entidades de estudo e assistência na área da saúde mental chamam atenção para a prevenção da depressão e para iniciativas como o Maio Amarelo. Neste ano, crianças e adolescentes, público que tem registrado aumento da doença no país, são o foco da campanha.
Conforme dados apontados no informe, apesar de haver muitos estudos em andamento para o tratamento dessa condição clínica, em geral os resultados demonstraram que ainda são poucas as opções promissoras em estudo para um horizonte de curto a médio prazo.
Os documentos produzidos no campo do MHT têm como objetivo identificar sistematicamente tecnologias com potencial de impactar a saúde, os sistemas de saúde e/ou a sociedade, trazendo informação aos tomadores de decisão sobre novas tecnologias em tempo oportuno. Esclarece-se que esse informe de MHT não é uma diretriz clínica e não representa posicionamento do Ministério da Saúde quanto à utilização das tecnologias em saúde abordadas.
Acesse aqui o material completo.
O TDM é considerado um grave problema de saúde pública que afeta mais de 264 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a prevalência nacional da depressão estimada pelo Global Burden of Disease 2017 foi de 3,3%. Nas populações vulneráveis como os idosos, esse número é significativamente maior, uma revisão sistemática publicada em 2019 estimou uma prevalência de 21,9% em idosos brasileiros residentes na comunidade. Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2030, a depressão ocuparia o primeiro lugar entre as principais doenças incapacitantes.
Diagnóstico e sintomas
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5ª edição - DSM-5) caracteriza o TDM por mudanças distintas no estado afetivo, cognição e funções neurovegetativas. O diagnóstico envolve a identificação de cinco ou mais sintomas em um período de duas semanas, sendo pelo menos um desses: o humor deprimido ou a perda de interesse/prazer. Os outros sintomas podem incluir fadiga, sentimentos de inutilidade ou culpa, incapacidade de concentração, perda ou ganho de peso significativo, e pensamentos suicidas recorrentes.
Os fatores de risco para o desenvolvimento de TDM incluem episódios anteriores de depressão, níveis elevados de estresse, história de trauma ou parentes de primeiro grau com diagnóstico da doença. Em pacientes com TDM, a coexistência de ansiedade, sintomas psicóticos, abuso de substâncias e transtorno de personalidade limítrofe estão associados a um pior prognóstico, bem como a uma maior duração dos episódios e gravidade dos sintomas.
Apesar da alta prevalência de TDM, e dos esforços contínuos para aumentar o conhecimento e as habilidades dos profissionais de saúde na identificação e cuidado, a doença continua subdiagnosticada e subtratada.