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Consulta pública avalia proposta de incorporação de medicamento para tratamento de pacientes com candidíase invasiva
Até o dia 30 deste mês, a Secretaria-Executiva da Conitec recebe contribuições para a consulta pública sobre a proposta de incorporação da anidulafungina para tratamento de pacientes com candidíase invasiva. O medicamento administrado na veia possui ação fungicida contra um amplo espectro de espécies do gênero Candida, responsável por infecções que podem se manifestar tanto de forma localizada (na boca e/ou faringe), quanto de forma disseminada (quando a infecção atinge a corrente sanguínea e outros tecidos, como o sistema nervoso central, coração, olhos, ossos, fígado etc). Entre as apresentações da candidíase invasiva, a candidemia é a mais frequente, sendo a quarta infecção da corrente sanguínea mais comum em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
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Pacientes críticos com internação em UTI frequentemente possuem diversos fatores de risco para candidíase invasiva, como uso de corticosteroides, de antibióticos de amplo espectro (que atuam contra vários tipos de bactérias), de nutrição parenteral (administração de nutrientes diretamente na veia) e de acessos venosos centrais. Outro fator de risco importante é a realização recente de algum procedimento cirúrgico, principalmente na região abdominal com complicações pós-cirúrgicas.
A anidulafungina inibe a produção de uma proteína essencial para a formação da parede celular do fungo, ou seja, sem ele, a célula fúngica morre. Em geral, a duração mínima do tratamento é de duas semanas após a cultura de sangue se tornar negativa.
A cada ano, a candidíase invasiva afeta mais de 250.000 pessoas em todo o mundo e causa mais de 50 mil mortes. No Brasil, dados apontam para a ocorrência de 2,5 casos de candidemia para cada mil internações hospitalares. Em um estudo recente realizado no Paraná e publicado em 2021, verificaram-se 2,7 casos de candidemia para cada mil pacientes por dia e 1,2 episódios para cada mil internações.