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Ministério da Saúde acompanha estudos sobre medicamentos para casos graves de câncer de próstata
O Ministério da Saúde publicou o Informe de Monitoramento do Horizonte Tecnológico (MHT) sobre medicamentos para o tratamento de primeira linha do câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm). O acompanhamento dos estudos é feito pelo Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovação em Saúde (DGITIS) para identificar potenciais novas tecnologias para essa indicação clínica.
Novos medicamentos estão sendo concebidos de modo a permitir o desenvolvimento de abordagens terapêuticas com alvo mais preciso para os pacientes com CPRCm. O Informe centrou-se em medicamentos a partir de fase 3 de pesquisa clínica, para o tratamento de primeira linha da doença. Assim, são apresentadas informações sobre dez tecnologias, pertencentes às seguintes classes terapêuticas: inibidores de quinase dependente de ciclina, inibidores da enzima PARP, inibidores checkpoint imunológico anti-PD-1, inibidor da tubulina alfa e beta e imunoterapia autóloga. Destaca-se que foram detectados antineoplásicos para o CPRCm administrados por via oral, o que poderá proporcionar maior comodidade posológica aos pacientes.
Contudo, os resultados preliminares das tecnologias identificadas no Informe indicaram benefícios pouco expressivos ou que representassem mudanças no curso da doença.
Os ensaios clínicos de todos os medicamentos identificados como específicos para tratamento de primeira linha ainda estão em andamento e possuem previsão de finalização até o ano de 2027. O contínuo monitoramento dos resultados desses estudos poderá trazer respostas para as tecnologias que se mostram como promissoras para o tratamento do CPRCm.
Acesse aqui o documento publicado.
CPRCm
Estima-se que, no mundo, no ano de 2020, o câncer de próstata tenha sido o 2º mais diagnosticado e o 5º mais letal, com 1,4 milhões de casos novos e 375.304 óbitos. No Brasil, o câncer de próstata (CP) é a neoplasia maligna mais incidente entre homens, desconsiderando os tumores de pele não melanoma. Para cada ano do triênio de 2020-2022 foram estimados 65.840 novos casos de CP, correspondendo a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens. Em 2020, foram estimadas aproximadamente 18.345 mortes devido o câncer de próstata no Brasil.
Saiba mais
O câncer de próstata é uma doença heterogênea com diversos subtipos, que acomete a glândula próstata. A função dessa glândula é a produção do líquido prostático e do líquido seminal, que juntos são capazes de nutrir os espermatozoides e auxiliá-los na sua mobilidade. No adulto jovem, a próstata possui o tamanho aproximado de uma ameixa, e pode de modo fisiológico aumentar de tamanho, de acordo com o envelhecimento.
Na maioria dos casos, o CP apresenta evolução silenciosa, podendo não apresentar sinais e sintomas em sua fase inicial. Entretanto, as manifestações clínicas mais comuns são: dificuldade de urinar, demora em iniciar ou finalizar o jato urinário, diminuição do jato urinário, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite e presença de sangue na urina. Como esses sinais e sintomas são inespecíficos é necessário a avaliação médica para fins de diagnóstico diferencial.
A suspeita clínica ocorre por meio da elevação do antígeno prostático específico (PSA – Prostate-Specific Antigen) ou pela detecção de anormalidades ao exame digital da próstata por meio de toque retal. Apesar do rastreamento desses marcadores não ser consenso entre os especialistas, eles continuam sendo utilizados para a investigação inicial e a confirmação diagnóstica do câncer de próstata.
O manejo do CP localizado pode ser apenas observação, vigilância ativa ou terapias invasivas para tumores com comportamento mais agressivo. No caso do adenocarcinoma de próstata de risco intermediário ou alto, localmente avançado ou com recidiva bioquímica, a abordagem terapêutica é variada podendo incluir prostatectomia radical com linfadenectomia, radioterapia externa e hormonioterapia de curta ou longa duração.