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Ministério da Saúde incorpora medicamento para meningite criptocócica
O medicamento flucitosina foi incorporado ao SUS após recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para tratamento da meningite criptocócica, infecção grave causada pelo fungo Cryptococcus. A incorporação do antifúngico foi demandada pela Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) do Ministério da Saúde, considerando a inclusão deste na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A meningite criptocócica é uma das infecções oportunistas mais importantes no mundo e a causa mais comum de meningite em pessoas que vivem com HIV. A ocorrência em outros tipos de pacientes imunocomprometidos também é preocupação mundial. A doença é causada pelo Cryptococcus, um gênero de fungo encontrado no meio ambiente em todo o mundo.
A meningite por fungos não é contagiosa e a transmissão acontece por meio da inalação de fungos causadores da criptococose, os quais podem se manter alojados nos pulmões sem manifestação até que a doença se desenvolva.
Leia aqui o relatório técnico.
Saiba mais
As manifestações da doença variam de acordo com a situação imunológica do paciente. Em indivíduos com comprometimento imunológico, a inflamação do cérebro e das meninges é aguda, com diversos sinais como dor de cabeça, febre, demência progressiva e confusão mental. Em indivíduos cujo sistema imunológico funciona adequadamente, os sintomas mais comuns são dor de cabeça, febre, vômitos, alterações visuais e rigidez de nuca.
Tratamento no SUS
O Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde recomenda que o tratamento da meningite criptocócica deve considerar o estado imunológico do paciente e a disponibilidade de medicamentos, sendo possível adotar diferentes esquemas terapêuticos. O tratamento é dividido em três fases (indução, consolidação e manutenção), com a utilização de anfotericina B, flucitosina, fluconazol e itraconazol para tratamento medicamentoso de pacientes com meningite criptocócica e outras formas de criptococose. Contudo, a flucitosina não havia sido incorporada ao SUS.
A análise na Conitec apontou que o medicamento, em associação com a anfotericina B, já ofertada no SUS, possui eficácia superior e segurança semelhante ao tratamento apenas com anfotericina B.