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Conitec abre consulta pública sobre medicamento com apresentação em spray para asmáticos no SUS
Está aberta a consulta pública sobre a apresentação spray de formoterol + budesonida para o tratamento da asma. Interessados em encaminhar contribuições sobre o tema têm até o dia 9 de março para participar. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou inicialmente a não incorporação da tecnologia no SUS por entender que o medicamento avaliado apresenta eficácia e perfil de segurança semelhantes a outras tecnologias já disponíveis na Rede. Além disso, ficou demonstrado até aqui que não existem evidências apontando benefícios ou melhoria da adesão para populações específicas que realizam tratamento para a doença.
Participe da consulta pública. Clique aqui para o envio de relatos de experiência/opinião ou contribuições técnico-científicas sobre o tema.
Atualmente, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Asma, são recomendados e disponibilizados no SUS os seguintes medicamentos para o tratamento da doença: beclometasona, budesonida, fenoterol, formoterol, formoterol + budesonida (na forma de cápsula ou pó inalante), salbutamol, salmeterol, prednisona, prednisolona.
Leia aqui o relatório técnico da Conitec.
A asma ainda não tem cura e afeta tanto adultos quanto crianças, sendo a doença crônica mais comum no grupo infantil. De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 235 milhões de pessoas vivem com asma atualmente no mundo. O impacto é significativo na saúde pública. São aproximadamente 250 mil mortes registradas por ano no mundo, sendo que os países considerados de renda baixa ou média-baixa concentram a ocorrência de 80% dos óbitos causados pela doença.
Perspectiva do Paciente
No espaço dedicado à Perspectiva do Paciente, Raíssa Cipriano foi a indicada pelos inscritos na chamada pública para que falasse em nome de uma associação que modera o maior grupo de pacientes com asma do país, cerca de 17 mil pessoas. A participante ainda compartilhou com o Plenário as experiências vividas como mãe da Giovana, que teve a primeira crise grave aos dois anos de idade. “Ela já era asmática, mas eu não sabia. Enfrentamos problemas de diagnóstico e tratamento”, disse. “Foram 32 internações graves, todas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Com o tempo fomos entendendo o tipo de asma que ela tem. Hoje minha filha tem 8 anos e faz uso do medicamento que compramos por conta própria”, relatou.
Raíssa deu detalhes sobre a administração da medicação em spray e sobre os efeitos na rotina da filha. "A apresentação em spray facilita o uso, minha filha consegue usar com espaçador, o que facilita a administração. O manejo é um benefício para o paciente. A medicação em pó ou cápsula, ela tentou e não conseguiu administrar. Dá reflexo de tosse, ela não inala de jeito nenhum", explicou. Fotos apresentadas à Comissão mostraram a evolução de melhora e bem-estar conquistada pela criança a partir do uso da tecnologia avaliada.
No entanto, a dificuldade em questão, segundo a participante, é relatada por outros pacientes que têm feito tratamento com as medicações disponíveis hoje no SUS. “A pessoa acaba desistindo em razão das dificuldades e com isso o quadro se agrava. Ou ela morre ou segue o tratamento só com a bombinha dilatadora, nem sempre eficaz ou suficiente dependendo do caso”, afirmou. “O paciente, quando não tratado da forma correta, ele logo chega em um estágio mais grave da doença. É algo que a gente deveria conseguir controlar se fizesse uso da medicação da maneia correta, como ocorre com qualquer doença crônica”, concluiu.
Saiba mais
A asma é uma doença cuja manifestação pode envolver diferentes sinais e sintomas, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. O diagnóstico é clínico e considera o histórico de alterações respiratórias do paciente como chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse, sintomas associados à variabilidade e à limitação de fluxo aéreo respiratório que podem mudar ao longo do tempo e variar em intensidade e em frequência.
O tratamento para cada paciente é estabelecido com base na análise de gravidade e no controle de sintomas da doença. As opções medicamentosas incluem corticoides inalatórios (CI), corticoides orais (CO), beta-2 agonista de longa ação (LABA), beta-2 agonista de curta ação (SABA), entre outros.