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Experiências exitosas e possibilidade de avanços futuros marcam II Congresso da Rebrats
O compartilhamento de experiências exitosas e a possibilidade de avanços futuros na avaliação de tecnologias em saúde (ATS) marcaram o II Congresso da Rebrats e XII Encontro Anual da RedETSA. Foram cinco dias de programação online que se encerrou na sexta-feira (3) e um total de mil inscritos registrados, em 28 países. Cursos e mesas de debate abordaram diferentes temáticas de inovação e acesso na área da ATS. O evento também marcou as comemorações de 10 anos da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). "Estamos juntos, unidos, para melhorar os nossos sistemas públicos de saúde das Américas", destacou a diretora do departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovação em Saúde (DGITIS/SCTIE/MS), Vania Canuto. "Nosso trabalho é muito valioso, muito importante, para que a gente consiga prover tecnologias que sejam eficazes, efetivas. E a gente não vai desistir de sempre estar melhorando e de perseguir que a ATS seja realmente utilizada para tomada de decisão no Brasil e no mundo inteiro como uma ferramenta importantíssima para a sustentabilidade dos sistemas de saúde."
Nesta edição do Congresso, ocorreu o lançamento da chamada pública de Inovação em Métodos e Aplicação da Avaliação em Tecnologias em Saúde, em parceria com o CNPq, e também foi anunciado o resultado da eleição para representante regional no Comitê Gestor da Rebrats. Ainda durante o evento, foi realizada uma das etapas de workshops do NICE (National Institute for Health and Care Excellence) e o encerramento da 3ª Reunião do Fórum de ATS no SUS, promovida pela Secretaria-Executiva Conitec.
Para a coordenadora-geral de Gestão de Tecnologias em Saúde do DGITIS, Priscila Louly, o espaço permitiu que os participantes encaminhassem sugestões e propostas de ações futuras para o desenvolvimento da Rede, o que será levado em conta pela organização, a exemplo da edição anterior. "É um dos resultados do Congresso. Eu cito uma ação de destaque que o DGITIS tem realizado em relação à Rede, que foi resultado de uma solicitação dos próprios Núcleos de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) no I Congresso da Rebrats, lá em 2019: a necessidade de uma maior aproximação dos NATS com as ações da Conitec", comentou.
"A partir daí, foi realizado um levantamento para identificar os potenciais parceiros e elaborar relatórios de ATS para subsidiar a tomada de decisão da Conitec e também para elaborar Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas." Priscila apresentou alguns números durante a cerimônia de encerramento do evento. "Foram 13 NATS contratados, via acordo de cooperação, ampliando substancialmente o número de parceiros. Neste ano, de um total de 75 relatórios de ATS, 66 foram elaborados por NATS. E dos PCDTs, somando os que estão em elaboração, atualização e os que já estão publicados, totalizando 79, sendo quase todos elaborados por NATS, integrantes da Rebrats", comemorou. De acordo com a coordenadora-geral, o levantamento permitiu que a Rede conhecesse melhor os núcleos, entendendo quais as necessidades de cada um, trabalho que resultou em um plano de capacitação para poder guiar com mais eficiência as ações que serão oferecidas aos membros da Rede. Emocionada, ela destacou o crescimento da Rede nos últimos anos. "Tenho muito orgulho de ter participado do nascimento da Rebrats, em 2008. Durante o Congresso, vi vários professores que hoje são parceiros e fiquei muito feliz em ver como a Rede cresceu. No início, eram 24 NATS. Hoje temos 94", finalizou.
Para o assessor regional de avaliação de Tecnologias da OPAS, Alexandre Lemgruber, o evento marcou ainda as comemorações de 10 anos também da Rede de Avaliação de Tecnologia em Saúde das Américas (RedETSA). "Comemorar com um evento dessa magnitude foi realmente fantástico. São 10 anos e 12 encontros realizados em diferentes países. Nesse período, conseguimos avançar enormemente na construção de capacidades e no intercâmbio de informação", disse. "Quero registrar nesse encerramento que todo esse caminho não teria sido possível sem apoio direto do Brasil, especificamente do MS, do DGITIS, que através de termos de cooperação com a OPAS, todos esses anos, possibilitou, eu diria, quase que a totalidade das atividades que realizamos e que exigiram financiamento", destacou. Entre as iniciativas importantes, o assessor trouxe a criação da BRISA, a Base de Dados Regional de Relatórios de Avaliação de Tecnologias em Saúde das Américas, como um resultado exitoso de todo esse trabalho. A plataforma é gratuita, com acesso público, e permite verificar como tem sido o avanço na produção e avaliação em tecnologias em saúde. "Chegamos a mais de 2,3 mil informes. Os dados mostram que, em 2011, tínhamos identificados menos de 50 informes de avaliação de tecnologias. No ano passado, chegamos a mais de 400 documentos identificados por ano. São números impressionantes que revelam o crescimento da Base e que mostram a dimensão da Rede. Em 2018, eram 3 mil usuários. Em 2021, já chegamos a mais de 219 mil usuários", comemorou.
Lemgruber também lembrou que o documento que mais teve acesso em toda a Biblioteca Virtual de Saúde das Américas (BVS) foi um documento da BRISA. "Existem desafios que estão colocados, mas também possibilidades futuras. Temos que seguir construindo bens públicos como a BRISA, formas, ferramentas que permitam que cada vez mais possamos caminhar juntos, melhorando a sinergia dos nossos trabalhos, com a possibilidade de compartilhar mais do que estamos fazendo", afirmou. Como exemplo, mencionou a criação de uma base de dados que fosse restrita aos membros e maior compartilhamento de estudos. "Que a gente possa compartilhar, informar, sobre documentos em elaboração. E também o compartilhamento de modelos para estudo de avaliação econômica que muitas vezes são aproveitados em nível local, mas que poderiam ser adaptados para uso mais amplo, buscando também a criação desse espaço, desse bem público que possa ser compartilhado com outros países."
Temas da programação
As atividades foram norteadas pelos seguintes eixos temáticos: participação social, políticas públicas e regulação em ATS; síntese de evidências e métodos; tomada de decisão e economia em saúde; inovação e acesso; ATS na pandemia e dispositivos médicos.
Entre as novidades deste ano, as sessões “Como eu faço” e “Fale com o especialista”, as quais trouxeram aos congressistas a oportunidade de compartilhar experiências diferenciadas em ATS e também conversar com um especialista renomado em três áreas diferentes.
No total, foram 36 sessões científicas com 60 palestrantes.
Para quem não participou desta edição do Congresso, e mesmo para quem tiver interesse em rever debates e cursos, o conteúdo poderá ser acessado futuramente. A publicação dos vídeos será feita em plataforma virtual ainda a ser divulgada.