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Ministério da Saúde publica estudos de MHT sobre medicamentos em desenvolvimento para a Covid-19
Já estão disponíveis no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) os alertas de Monitoramento do Horizonte Tecnológico (MHT) de três tecnologias para tratamento da Covid-19: os anticorpos monoclonais regdanvimabe e sotrovimabe e sobre o uso do plasma de doadores convalescentes da doença.
Os documentos foram elaborados com base nas evidências disponíveis, com a finalidade de informar a sociedade quanto aos potenciais impactos de tecnologias emergentes (em estágio de desenvolvimento) para o tratamento da doença.
Os alertas não são guia de prática clínica e não representam posicionamento do Ministério da Saúde quanto à utilização das tecnologias em saúde abordadas.
Uso do plasma convalescente
Quando uma pessoa contrai um vírus o sistema imunológico produz anticorpos que circulam no plasma sanguíneo para combater essa infecção. O plasma com esses anticorpos é chamado de “plasma convalescente”. O processo de doação desse hemocomponente do sangue total rico em anticorpos pode ser coletado de uma pessoa recuperada da doença e depois transfundido para um paciente doente, como forma de fornecer imunidade passiva e ajudar a acelerar o processo de recuperação.
O uso desse procedimento como alternativa de tratamento para Covid-19 tem sido pesquisado desde o início da pandemia. Os dados disponíveis até então sugerem que pacientes em estágios tardios da doença, que já se encontram internados em UTI ou necessitam de suporte ventilatório, respondem menos ao tratamento. As evidências indicam, portanto, que a eficácia do tratamento com plasma convalescente pode depender da duração e da gravidade da doença.
O documento destaca que há 56 estudos clínicos em andamento, justificando o monitoramento constante das evidências disponibilizadas para a tecnologia.
Acesse aqui o alerta sobre o uso do plasma convalescente.
A alternativa promissora com anticorpos monoclononais
Anticorpos são proteínas produzidas no nosso organismo que ajudam o sistema imunológico a combater vírus, bactérias e outros microrganismos através do reconhecimento de antígenos. Com o avanço da biotecnologia, se tornou possível produzir em laboratório anticorpos monoclonais, ou seja, específicos para uma única região do antígeno.
Entre as várias tecnologias potenciais em desenvolvimento para uso no tratamento da Covid-19, os anticorpos monoclonais são promissores devido a atuação específica que essas tecnologias podem apresentar.
O alerta do regdanvimabe identificou quatro ensaios clínicos em andamento com a tecnologia, sendo que há resultados disponíveis para apenas um dos estudos. De acordo com o documento, essas evidências iniciais apontam que o uso da tecnologia pode trazer redução da carga viral, provável neutralização das variantes do coronavírus e redução também no tempo de recuperação clínica de pacientes com sintomas leves de Covid-19.
Leia aqui o alerta do regdanvimabe.
Já no alerta sobre o medicamento sotrovimabe foram apontados os resultados apresentados pelos dois laboratórios parceiros no desenvolvimento do medicamento, indicando resultados promissores. O uso do sotrovimabe no início da doença, em até cinco dias após o início dos sintomas, reduziu o risco de hospitalização ou morte em pacientes com Covid-19 leve a moderada, não hospitalizados e com alto risco de progressão. Entretanto, esses resultados são preliminares e nenhum dos estudos em andamento com o medicamento foi finalizado. A conclusão de alguns estudos é esperada até 2022.
Leia aqui o alerta do sotrovimabe.