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Novo medicamento para tuberculose beneficia pacientes com resistência ou intolerância a tratamento já disponível no SUS
Mais um medicamento para o tratamento da tuberculose será incorporado ao SUS: a bedaquilina. A tecnologia foi recomendada pela Conitec para aqueles casos em que pacientes apresentam resistência ou intolerância ao tratamento já disponível na rede pública de saúde. Casos como esses estão entre os maiores desafios, principalmente quando o paciente desenvolve resistência a rifampicina, medicamento considerado o mais ativo contra o bacilo causador da doença. O Plenário manteve recomendação favorável de incorporação da tecnologia após o tema passar por consulta pública, mas a condicionou à apresentação de dados de uso do medicamento pelos pacientes, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Apesar de ser tratável e curável, a tuberculose ainda é considerada um grave problema de saúde pública.
Leia aqui o relatório final.
A tuberculose é uma doença infecciosa, de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. O medicamento bedaquilina bloqueia especificamente uma enzima no interior das bactérias M. tuberculosis chamada ATP sintase, de que as bactérias precisam para gerar energia. Sem capacidade para gerar energia, as bactérias morrem e o estado do doente pode começar a melhorar.
A transmissão da doença ocorre por via respiratória, por meio de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro das pessoas contaminadas. A tuberculose afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no ano de 2018, dez milhões de pessoas adoeceram por tuberculose e 1,5 milhão de pessoas morreram pela doença no mundo.
Tratamento no SUS
O tratamento da tuberculose no Brasil é gratuito e padronizado, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para todos os casos diagnosticados. A duração é de no mínimo seis meses, devendo ser realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO).
Para o diagnóstico são utilizados testes, exames de análise e radiografia de tórax. Quanto à medicação, utiliza-se os seguintes fármacos: rifampicina, isoniazida, rifapentina, pirazinamida e etambutol.
Material informativo do Ministério da Saúde reforça que a vacina BCG, prevista no Calendário Nacional de Vacinação e aplicada em crianças ao nascer (ou até os 4 anos, se nunca tiver sido vacinada), previne as formas graves da doença. Da mesma forma, avaliar pessoas que tiveram contato com doentes com tuberculose pulmonar pode ser uma medida preventiva. Os contatos que foram infectados pelo bacilo podem receber medicamento para prevenir a evolução da doença.
Em geral, após 15 dias de tratamento, já não há mais risco de transmissão.