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Exame de imagem vai auxiliar no diagnóstico de glaucoma no SUS
O Ministério da Saúde, após recomendação da Conitec, ampliou o uso do exame de Tomografia de Coerência Óptica no SUS para confirmação diagnóstica do glaucoma. A tecnologia vai auxiliar no diagnóstico precoce da doença, diminuindo as chances de perda da visão, uma vez que 80% dos casos não apresentam sintomas iniciais, potencializando o risco de lesões irreversíveis nos olhos. É uma doença crônica e que não tem cura, mas que pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata.
A Tomografia de Coerência Óptica ou "Optical Coherence Tomography" (OCT) é uma tecnologia computadorizada de imagem, que compara as medidas das fibras nervosas dos olhos com parâmetros de um olho saudável. O exame revela imagens de vários aspectos e várias camadas da retina e, a partir dessas imagens, é possível fazer o diagnóstico correto.
Leia aqui o relatório final.
Estima-se que, atualmente, no mundo, 64,3 milhões de pessoas, entre 40 e 80 anos, tenham glaucoma. A projeção é de que, até 2040, esse número aumente para 111,8 milhões. No Brasil, estima-se que 900 mil pessoas tenham a doença.
Tratamento no SUS
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do glaucoma, publicado em 2018, recomenda que o diagnóstico e a determinação de gravidade da doença sejam realizados através de exames que avaliem a estrutura dos olhos, o campo de visão e a verificação dos níveis de PIO - pressão ocular interna, chamada de pressão intraocular.
Nos casos de suspeita da doença, o PCDT recomenda ainda exames que complementem a investigação diagnóstica como a gonioscopia (que verifica a possibilidade de drenagem do líquido interno dos olhos), a paquimetria ultrassônica (utilizada para medir a espessura da córnea, que é a camada mais superficial dos olhos) e a campimetria (exame que verifica a percepção do campo de visão).
O tratamento clínico é a utilização de colírios específicos. No entanto, existem particularidades para cada tipo de glaucoma e que podem exigir procedimentos cirúrgicos e a laser.
SAIBA MAIS
O glaucoma é uma doença causada, na maioria das vezes, pelo aumento da pressão ocular interna, chamada de pressão intraocular (PIO). Dentro dos olhos existe um líquido (chamado de humor aquoso) que é constantemente produzido e drenado naturalmente. Em algumas pessoas, a passagem por onde ocorre essa drenagem é entupida, fazendo com que o líquido fique retido e aumentando pressão interna dos olhos. Por conta desse aumento da pressão, as fibras nervosas que transmitem os impulsos luminosos produzidos pelo olho até o cérebro são danificadas.
Em um primeiro momento são danificadas as fibras que ficam na parte mais periférica dos olhos e, com o tempo, as fibras mais centrais também sofrem prejuízos. É por isso que inicialmente o glaucoma ocasiona a perda da visão periférica, podendo avançar para a cegueira total e irreversível.
O glaucoma pode ser classificado em quatro grupos: primário de ângulo aberto (GPAA); primário de ângulo fechado; congênito e secundário. O GPAA é a forma mais comum da doença.
Além do aumento da PIO, outros fatores também podem favorecer o aparecimento do glaucoma como: idade acima de 40 anos, histórico da doença na família, escavação do nervo óptico (aumento da perda das fibras do nervo óptico), miopia (quando o glaucoma for do tipo de ângulo aberto) ou hipermetropia (quando o glaucoma for do tipo de fechamento angular), pressão de perfusão ocular (diferença entre a pressão arterial e a PIO), ser de etnia negra (para o glaucoma do tipo de ângulo aberto) e de etnia amarela (para o glaucoma do tipo de fechamento angular).