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Ministério da Saúde incorpora imunoterapia para tratamento do melanoma
O Ministério da Saúde publicou nesta quarta-feira (05) a decisão de incorporação de dois imunoterápicos para tratamento do câncer de pele do tipo melanoma, em estágio avançado não-cirúrgico e metastático: os medicamentos nivolumabe e pembrolizumabe. A decisão seguiu a recomendação da Comissão da Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) que concluiu, após análises das evidências, que a alta eficácia e segurança dos medicamentos justificaria a incorporação. Leia aqui o relatório com o parecer final da Comissão.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano são diagnosticados 132 mil novos casos de melanoma no mundo. No Brasil, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que, em 2020, foram registrados 8,5 mil novos casos, 3% do total de diagnósticos de câncer de pele no país. Esse é considerado o tipo mais grave e com maiores chances de provocar metástases, quadros em que a doença se dissemina para outros órgãos.
Imunoterapia
Esse tratamento foi desenvolvido com base na descoberta de que as células cancerígenas se utilizam de moléculas reguladoras (correceptores) para “frear” as células de defesa e, assim, impedir sua destruição. Medicamentos imunoterápicos, portanto, pretendem bloquear a ação dessas moléculas, permitindo a atuação do sistema imunológico.
Ambos os medicamentos incorporados têm como alvo uma molécula correceptora específica, a proteína PD-1, com intuito de aumentar a resposta do corpo à doença e reduzir o tamanho dos tumores, ampliando a sobrevida dos pacientes.
Assinada pelo Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, a incorporação dos tratamentos representa um grande ganho para pacientes que enfrentam a doença. “A imunoterapia tem revolucionado o tratamento oncológico, por ter alta eficácia, especialmente para casos de melanoma metastático. Trabalhamos para disponibilizar no SUS justamente os tratamentos mais efetivos e baseados nas melhores evidências disponíveis”, afirmou o secretário.
Esses medicamentos serão incluídos na Diretriz Diagnóstica e Terapêutica (DDT) para melanoma cutâneo e ofertados conforme a orientação do documento.
Saiba mais
O câncer de pele melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Em pessoas de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.
A doença pode surgir a partir da pele normal ou de uma lesão pigmentada e se manifesta após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares acompanhada de coceira e descamação. Muitas vezes, a pessoa já tem as pintas e elas sofrem transformação (passam a crescer, por exemplo).
Em casos de uma lesão pigmentada pré-existente ocorre aumento no tamanho, alteração na coloração e na forma da lesão, que passa a apresentar bordas irregulares.
A detecção precoce do câncer, em estágios iniciais, possibilita maior chance de tratamento.