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Conitec avalia medicamento para câncer de próstata
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde - Conitec quer ouvir a opinião da população sobre a incorporação do acetato de ciproterona, medicamento utilizado para inibir os níveis dos hormônios masculinos, para os casos avançados de câncer próstata. Até o dia 19 de março, pacientes, especialistas e demais interessados pelo tema poderão enviar contribuições e auxiliar a Comissão a elaborar a recomendação final.
O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto. As estimativas apontam 68.220 novos casos em 2018. Na presença de sinais e sintomas, recomenda-se a realização de exames. A doença é confirmada após realização de biópsia, indicada quando existe alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, que somente são prescritos a partir da suspeita de um caso por um médico especialista.
Na maioria dos casos, a doença evolui de forma lenta e silenciosa, sem ameaçar a saúde do homem. Em outros casos, pode crescer rapidamente, se espalhar para outros órgãos, efeito conhecido como metástase, e causar a morte.
Para esses estágios mais avançados da doença ou para aqueles em que, após um primeiro tratamento, o paciente não é curado, é indicado a realização da castração cirúrgica (procedimento para retirada dos testículos) ou hormonal, com bloqueadores do hormônio testosterona. Isso porque as células cancerígenas utilizam esse hormônio masculino como combustível para se multiplicarem. Entretanto, com o passar do tempo, o câncer pode se tornar resistente a esse bloqueio hormonal, levando ao aparecimento de novas células com capacidade de se multiplicar independente dos baixos níveis de testosterona.
Para esses casos, a Conitec está avaliando o medicamento acetato de ciproterona como inibidor da testosterona em pacientes com câncer de próstata não curados após a castração.
Nos estudos analisados pela Comissão não foram encontradas evidências sobre a efetividade dessa aplicação do medicamento. O relatório apontou, inclusive, que as Sociedades Brasileira e Europeia de Urologia e as Sociedades Brasileira, Americana e Europeia de Oncologia não recomendam o uso de ciproterona e alertam sobre a possibilidade dessa medicação estar associada a uma menor sobrevida. Por isso, a recomendação inicial da Conitec foi desfavorável a incorporação desta tecnologia no âmbito do SUS.
Clique aqui e veja o relatório inicial.
Como participar
As contribuições enviadas por meio de Consulta Pública podem confirmar ou modificar a recomendação inicial da Conitec. Participe!
Basta utilizar os formulários eletrônicos disponíveis no site da Conitec, no link Consultas Públicas.