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Hidradenite supurativa e uveíte não infecciosa serão tratadas com adalimumabe
O medicamento adalimumabe é um inibidor do fator de necrose tumoral (refere-se a um grupo capaz de provocar a morte de células) obtido da imunoglobulina humana (proteína do soro sanguíneo), eficaz nos processos inflamatórios de algumas doenças, como a hidradenite supurativa (HS), a uveíte não infecciosa e panuveítes ativa.
A HS é uma doença de pele crônica causada pela inflamação dos folículos que nascem os pêlos e afeta as glândulas apócrinas. Manifesta-se clinicamente como lesões inflamatórias típicas como nódulos, fistulas ou abscessos recorrentes, dolorosos e profundos e cicatrizes hipertróficas na região axilar, inguinal, anogenital e/ou intermamária. Cerca de 50% dos pacientes sentem ardor, dor, coceira, calor e transpiração excessiva antes da lesão ocorrer. É mais frequente em mulheres, com história familiar conhecida, e está relacionada à presença de fatores como tabagismo, obesidade, diabetes e presença atrito mecânico (uso de roupas apertadas, por exemplo).
No tratamento da hidradenite supurativa ativa moderada a grave em pacientes adultos que não respondem adequadamente à terapia tradicional, o adalimumabe reduz os sinais e sintomas da doença, incluindo o tratamento de lesões inflamatórias e a melhora das dores, além da prevenção do agravamento de abscessos e fístulas (lesão que pode ser congênita ou adquirida, que tem como característica uma passagem por onde se excretam secreções diversas). Considerando o perfil de segurança, o adalimumabe foi bem tolerado. Sua utilização está condicionada à elaboração de protocolo de uso, com critérios de inclusão definidos e orientações de monitorização da resposta clínica do paciente em uso do medicamento. A tecnologia foi incorporada ao SUS para essa indicação no dia 17 de outubro.
No dia 31 de outubro, também foi publicada a incorporação do adalimumabe para o tratamento da uveíte não infecciosa intermediária, posterior e panuveítes ativa. Essas doenças causam inflamação dentro dos olhos, acometendo mais especificamente a úvea, camada ou túnica vascular média dos olhos. A úvea é constituída por três partes: anterior (íris), intermediária (corpo ciliar e vítreo) e posterior (vítreo, retina, coroide e esclera). A inflamação de qualquer um destes componentes, pode ocorrer como consequência de diversos estímulos, tanto infecciosos como não infecciosos.
O adalimumabe é indicado para o tratamento de uveíte não infecciosa intermediária, posterior ou panuveítes ativa em pacientes que não respondem bem aos corticosteróides, ou não é possível utilizá-los. Esse medicamento contribui para a regulação da inflamação, melhora da clareza da visão e qualidade de vida, bem como na diminuição da atividade da doença em pacientes com uveíte ativa. Sua utilização está condicionada à elaboração de Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas no âmbito do SUS.
Clique aqui e acesse o relatório técnico da CONITEC para hidradenite supurativa e aqui para uveíte não infecciosa intermediária, posterior ou panuveítes ativa.