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Dia Mundial das Hepatites Virais: panorama e prevenção
A Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu a data de 28 de julho como o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, com o objetivo de atrair atenção para o tema e incentivar o diálogo, principalmente no campo da saúde pública. Desde então, o Ministério da Saúde (MS) cumpre uma série de metas e ações de prevenção e controle ao combate à doença.
Uma delas foi a atualização do Protocolo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da hepatite C crônica (HCV) no primeiro semestre de 2018. O documento foi publicado após avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e busca estabelecer os critérios para o diagnóstico da doença; o tratamento preconizado e medicamentos apropriados; os mecanismos de controle clínico e o acompanhamento dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os objetivos da atualização desse PCDT são ampliar o tratamento a todos os pacientes identificados com hepatite C crônica e aguda; evitar a progressão da infecção e suas consequências, tais como: cirrose, câncer hepático e óbito; melhorar a qualidade e aumentar a expectativa de vida do paciente; diminuir a incidência de novos casos e reduzir a transmissão da infecção pelo HCV.
As atuais opções terapêuticas ao tratamento da doença no SUS conta com as seguintes vantagens: facilidade posológica (dose do medicamento), tratamento por menor período com menos efeitos adversos, além de diminuir a necessidade de exames de biologia molecular para avaliação do tratamento. Com intuito de trazer novas alternativas, a Conitec avaliou recentemente os medicamentos: elbasvir associado ao grazoprevir e o ledispavir associado ao sofosbuvir.
Os dois medicamentos avaliados foram incorporados ao SUS, e vão permitir o tratamento de um maior número de pessoas. Além disso, essas terapias são especialmente benéficas para os pacientes com fibrose hepática avançada e funcionamento renal comprometido (pessoas que realizam diálise). Os estudos avaliados pela Conitec, demonstram que, após 12 semanas de tratamento com esses medicamentos, a carga viral ficou indetectável em 90% dos casos, o que representa a eliminação do vírus, principal objetivo do tratamento.
Histórico
Em 2015, com o assessoramento da Conitec, o Ministério da Saúde incorporou os primeiros antivirais de ação direta para o tratamento da hepatite C no SUS. A partir desta data até dezembro de 2017, cerca de 65 mil tratamentos foram realizados. Em 2016, o Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias no SUS – DGTIS deu início a atualização do PCDT que prevê o tratamento para as hepatites do tipo A e do tipo B. Com a utilização de terapias, de ação direta e curta duração, o Brasil passou a se destacar no cenário mundial no controle e combate epidemiológico das hepatites virais. Clique aqui e veja o PCDT da hepatite C e aqui para o da hepatite B.
Sobre a doença
As hepatites são doenças que provocam a inflamação do fígado, causadas pelos vírus HAV (hepatite A), HBV (hepatite B) e HCV, e nem sempre apresentam sintomas, por isso a importância dos exames de diagnóstico. Existem também, os tipos D e E, mas com número de casos pouco expressivos no Brasil. Atualmente, a hepatite C tem o maior número de notificações dentre todas. Em 2017, a taxa de incidência foi de 11,9 casos por cada 100 mil habitantes, segundos dados do Ministério da Saúde. São mais de um milhão de pessoas que tiveram contato com o vírus do tipo C, o que representa 0,71% da população brasileira.
A hepatite C é transmitida pelo compartilhamento de seringas ou objetos cortantes contaminados, transfusão sanguínea e relações sexuais desprotegidas, ela é a maior causa de óbito entre hepatites virais no mundo.
Clique aqui para acessar as tecnologias incorporadas e disponíveis no SUS para hepatite C.
Saiba mais sobre a Conitec
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS é um órgão colegiado de caráter permanente, integrante da estrutura regimental do Ministério da Saúde, cujo objetivo é assessoria nas atribuições relativas à incorporação, exclusão ou alteração pelo Sistema Único de Saúde, bem como na constituição e ou alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. Para acompanhar os processos de incorporação e as publicações dos nossos Protocolos, clique aqui.