Santa Casa de Misericórdia da Bahia
CODEARQ:
BR BASCMB
Nome da Instituição:
Santa Casa de Misericórdia da Bahia
Endereço:
Av. Joana Angélica, nº 79 - Nazaré
Cidade:
Salvador
Estado:
BA
CEP:
40.050-001
Telefone:
(71) 2203-9757
Seu endereço de e-mail:
URL:
Ano de criação:
1549
Vinculação administrativa:
Associação beneficente de assistência social, de direito privado, qualificada como Organização Social sem fins lucrativos.
Missão Institucional:
A Santa Casa de Misericórdia da Bahia é uma Irmandade instituída por prazo indeterminado, ao tempo do governo geral de Tomé de Souza, composta por pessoas de ambos os sexos, admitidas sob a denominação de Irmãos. A Irmandade se propõe ao exercício da caridade e prestação de serviços nas áreas de saúde - inclusive na administração e gerenciamento hospitalar e de unidades de saúde, de ensino e pesquisa, cultura, assistência social, educação profissional, educação infantil e fomento a prática de esportes, inspirados nos ideias de misericórdia, adotados há cinco séculos, que preceituam a prática das catorze obras de Misericórdia, tanto as sete ditas espirituais: 1) ensinar os simples; 2) dar bom conselho a quem o pede; 3) castigar com caridade aos que erram; 4) consolar os tristes e desconsolados; 5) perdoar quem errou; 6) sofrer injúrias com paciência; 7) rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos; quanto às sete ditas corporais: 1) remir os cativos e visitar os presos; 2) curar os enfermos; 3) cobrir os nus; 4) dar de comer aos famintos; 5) dar de beber aos que têm sede; 6) dar pousada aos peregrinos pobres; 7) enterrar os mortos.
Caracterização do Acervo:
O Centro de Memória Jorge Calmon, arquivo histórico da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, é um acervo documental institucional multissecular, composto por 506, 69 metros lineares de fontes primárias em suporte papel, sendo predominantemente manuscrito e, em menor grau, em fontes impressas e iconográficas (fotografias). Possui 1816 livros registrados em Inventário e centenas de caixas com documentação avulsa, ordenadas cronologicamente e ainda em fase de classificação.
O acervo do Centro de Memória Jorge Calmon tem sua origem no acúmulo dos registros das atividades executadas pela Irmandade da Santa Casa desde o século XVII até o século XXI, sendo o documento mais antigo datado do ano de 1629.
Os documentos produzidos pela Irmandade durante esses quatro séculos se caracterizam pela multiplicidade de fontes e diversidade de tipologias, provenientes da escrituração realizada durante a administração dos seus equipamentos de atividade e atuação social, enquanto instituição de caridade, e também da sua própria estrutura administrativa, resultando em vasta quantidade de documentos que foi acumulada, conservada e preservada pela própria Santa Casa de Misericórdia da Bahia como gestora e custodiadora do seu acervo documental.
O arranjo documental do Centro de Memória Jorge Calmon é composto por um único Fundo; Santa Casa de Misericórdia da Bahia, dividido pelos Subfundos que representam os espaços e atividades pertencentes e/ou geridos pela Irmandade, sendo eles:
• Irmandade e Administração Central: documentos da estrutura administrativa da Santa Casa da Bahia, acumulados a partir do século XVII até os dias de hoje.
• Hospital São Cristóvão/Hospital de Caridade: funcionou de 1549 a 1893, acumulando registros de entrada de doentes a partir do século XVIII.
• Presos: assistência jurídica, alimentar e espiritual a pessoas encarceradas (sec. XVII-XIX)
• Recolhimento do Santo Nome de Jesus: (1716-1862), espaço destinado a mulheres órfãs. Acumulou documentação a partir do século XVIII.
• Roda dos Expostos e Asilo Nossa Senhora da Misericórdia: funcionou a partir de 1726 até o século XXI, acumulando documentos de registros de entradas de crianças na Roda a partir de 1757.
• Cemitério do Campo Santo: comprado pela Santa Casa da Bahia em 1840, entrou em atividade somente a partir de 1844, acumulando registros de sepultamentos a partir de 1856. Ainda em funcionamento nos dias de hoje.
• Asilo São João de Deus: primeiro hospital psiquiátrico da Bahia, inaugurado pelo Governo Provincial e administrado pela Santa Casa desde 1874 até 1912.
• Asilo de Mendicidade: inaugurado pelo Governo Provincial e administrado pela Santa Casa a partir de 1895 até o ano de 1912.
• Hospital e Cemitério dos Lázaros: inaugurado pelo Governo Provincial e administrado pela Santa Casa a partir de 1895 até o ano de 1912.
• Hospital Santa Izabel: inaugurado e pertencente a Santa Casa da Bahia desde 1893 e ainda em funcionamento nos dias de hoje.
Todos esses sub fundos possuem diversificadas tipologias documentais que podem ser consultados para variadas linhas de pesquisas historiográficas, a exemplo da História da Saúde e Medicina, História Social, História Econômica, escravidão, estudos de ritos fúnebres e condução mortuária, infância abandonada e trabalho infantil, estudos de gênero, religião, dentre outras temáticas.
O acervo do Centro de Memória possui uma série premiada pela UNESCO com o Diploma de Memória do Mundo; os Livros de Banguê (1742-1853). A Santa Casa da Bahia prestava um serviço de condução mortuária para pessoas escravizadas em um esquife chamado banguê, conduzindo o cadáver do escravizado do local do seu falecimento até o local escolhido para sepultura, que geralmente o Cemitério do Campo da Pólvora, também pertencente e administrado pela Irmandade. Os Livros do Banguê registram a data do falecimento, o valor pago à Santa Casa da Bahia pelo serviço funerário, o nome do escravizado e muitas vezes a sua etnia africana, nome do solicitante, e em caso de morte durante a travessia marítima era também registrado o nome e tipo de embarcação e, por ventura, a idade e a causa da morte e em alguns casos percebemos um desenho à margem esquerda do livro com a reprodução da marca ferrada no corpo do escravizado, podendo no texto ter a indicação da localização exata da mesma no corpo do falecido. Essa série é composta por 11 livros que seguem essa mesma forma de escrituração e registro.
Condições de acesso aos documentos:
Todos os documentos pertencentes ao acervo do Centro de Memória são de acesso livre para consulta de qualquer cidadão, sendo o único critério de restrição o estado de conservação do documento e a sua condição para manuseio.
É permitida a digitalização do documento pelo consulente através da fotografia com câmera ou aparelho móvel, sem o uso do flash.
Dia e horário de atendimento:
De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h.
Serviços de reprodução:
O Centro de Memória Jorge Calmon possui um laboratório de digitalização e parte do seu acervo já se encontra digitalizada. Disponibilizamos as imagens dos documentos já digitalizados em formato de derivadas de acesso aos pesquisadores interessados, sem nenhum custo. Não digitalizamos por demanda de pesquisa, porém, o pesquisador tem permissão para fotografar o documento a partir do preenchimento de um termo de uso da imagem.
Data do Cadastro:
27/11/2024