Análise de Informações
Nessa etapa, o Coaf analisa as comunicações recebidas dos setores obrigados e das autoridades competentes, e as demais informações que compõem a base de dados, para identificar indícios de cometimento de ilícitos. Os dados e as análises serão disseminados através dos Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs).
O processo de análise das comunicações enviadas pelos setores obrigados é fundamentado em uma avaliação do risco das operações e das partes envolvidas, de forma a dar objetividade e impessoalidade à gestão e priorização das análises. O recebimento das comunicações é através do Sistema de Controle de Atividades Financeiras – Siscoaf (sistema informatizado de apoio às atividades do Coaf). Assim que recebidas, as comunicações são submetidas a uma análise realizada eletronicamente pelo Siscoaf, utilizando regras de seleção previamente definidas.
A segunda etapa é a análise pelo modelo preditivo. Trata-se de modelo estatístico de classificação que seleciona comunicações recebidas para análise individualizada, baseando-se na probabilidade de a comunicação recebida conter elementos de risco. Uma vez selecionada pelo modelo preditivo, a comunicação segue para ser apreciada por um dos analistas do Coaf. A distribuição das comunicações selecionadas pelo modelo preditivo aos analistas é realizada de forma aleatória pelo próprio Siscoaf, não sendo permitido que analistas selecionem quais comunicações serão por eles examinadas.
Cumpre ao analista registrar, em uma matriz de risco, as informações coletadas durante a análise da comunicação. Essa matriz estabelece automaticamente o nível de risco da comunicação, somando os pontos calculados de cada fator de risco identificado. Esses fatores podem ser referentes à forma de movimentação comunicada, às partes envolvidas, às regiões geográficas apontadas, à existência de investigações em cursos, dentre outros. A análise individualizada é, portanto, uma terceira etapa de verificação.
Se o risco calculado atingir pontuação previamente definida, essa comunicação e outras existentes na base de dados do Coaf passam a compor um processo eletrônico, registrado em uma Central de Gerenciamento de Risco e Prioridades. Em seguida, o processo é distribuído para análise aprofundada a cargo de analista diverso, reforçando a impessoalidade. É nessa etapa que elabora-se o Relatório de Inteligência Financeira (RIF).
O processo de análise das comunicações enviadas pelas autoridades também passa pelo Siscoaf. O sistema verifica se existem, na base de dados, informações acerca das pessoas investigadas. Em seguida, é verificado se o procedimento de investigação informado pela autoridade é válido e se atende os critérios para a realização da análise.
As informações recebidas, quando confrontadas com o conjunto de informações já possuídas pelo Coaf, podem se revelar significativas para identificação de fundados indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro e de outros ilícitos. Se concluída pela existência de fundados indícios do cometimento de ilícitos, elabora-se o RIF. Todas as comunicações recebidas permanecem na base de dados do Coaf para consulta e elaboração de RIFs e estudos estratégicos. Para mais informações sobre o processo de análise, consulte o Relatório de Atividades do Coaf.