Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) é um evento criado em 2004, com objetivo de destacar a importância da ciência e tecnologia para a vida das pessoas e para a melhoria da qualidade da educação científica no Brasil. Esse evento anual é financiado com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que é responsável pela execução, aportando recursos para a realização de atividades em âmbito intermunicipal ou estadual/distrital. Desta forma, a SNCT visa também ao fortalecimento da educação formal (Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e Educação Tecnológica), não formal e informal, divulgando o conhecimento científico e tecnológico.
Os principais públicos prioritários dos eventos e atividades promovidos pela SNCT são alunos e professores da educação básica, educação de jovens e adultos e educação profissional e tecnológica da rede pública e particular de ensino, buscando valorizar escolas e instituições localizadas, preferencialmente, em municípios com menor IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), de acordo com dados do Censo Demográfico 2010 (IBGE) e disponibilizados no Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil (Atlas Brasil 2013 – IPEA, PNUD e FJP).
Entre os principais objetivos da SNCT, podemos destacar:
- promover eventos e atividades de divulgação e popularização da ciência que estimulem a curiosidade científica, o raciocínio científico e a inovação;
- difundir o tema escolhido da SNCT entre estudantes e professores da educação básica, educação de jovens e adultos e educação profissional e tecnológica;
- estimular o compartilhamento de experiências e a geração de conteúdos e produtos de divulgação e popularização da ciência como ferramentas de ensino formal e não formal (material impresso, brinquedos educativos, experimentos, jogos, vídeos, softwares, aplicativos) no âmbito das instituições de ensino e de outros organismos científico-culturais;
- promover a interiorização de ações de divulgação científica, propiciando o aumento do número de municípios e estados participantes, bem como do público alcançado;
- promover ações de educação, popularização e/ou divulgação científica para diferentes tipos de público, alcançando amplos setores da sociedade, em articulação com especialistas, grupos e instituições que atuam nas áreas de educação formal e não formal (por exemplo: escolas, núcleos de extensão, clubes de ciência, museus, centros de ciências, zoológicos, jardins botânicos, aquários, centros de visitantes de unidades de conservação e organizações não governamentais);
- promover atividades que permitam melhorar o desempenho de estudantes brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA, bem como em outros programas de avaliação nacional e internacional.
Colaboram com a realização desse grande evento as universidades e instituições de pesquisa, as escolas públicas e privadas, os institutos de ensino tecnológico, os centros e museus de Ciência e Tecnologia (C&T), as entidades científicas e tecnológicas, as fundações estaduais de amparo e de apoio à pesquisa, os parques ambientais, as unidades de conservação, os jardins botânicos e zoológicos, as secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação, empresas públicas e privadas, os meios de comunicação, órgãos governamentais, ONGs e outras entidades da sociedade civil.
O CNPq fomenta a realização da SNCT por meio de Chamadas Públicas a partir de 2017, propiciando a ampliação da participação das diversas Instituições interessadas na realização de atividades e exposições vinculadas à disseminação da ciência e tecnologia. Anteriormente, o apoio do CNPq à realização da SNCT ocorria por meio de concessão de recursos diretamente aos Estados (encomendas), especialmente às Secretarias de Estado de Ciência e Tecnologia, que apresentavam seus projetos de acordo com as diretrizes do MCTI.
A SNCT é coordenada pelo MCTI, por meio da Coordenação-Geral de Popularização da Ciência (CGPC), da Assessoria Especial de Assuntos Institucionais (AEAI). Em cada estado, parceiros locais articulam-se e orientam em como participar da SNCT, cuja realização conta com a participação ativa de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa e de entidades ligadas à C&T de cada região, havendo inclusive semanas estaduais ou municipais de C&T, criadas por essas entidades, articuladas com a SNCT. Ao CNPq cabe a elaboração e implementação da chamada pública, a seleção e o julgamento das propostas, seguida da execução descentralizada dos recursos federais do MCTI, com ou sem participação de orçamento próprio, e o subsequente acompanhamento e avaliação dos projetos aprovados.
A Chamada CNPq/MCTI Nº 06/2021 - SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - SNCT 2021 para selecionar os projetos a serem apoiados em 2021 foi lançada em 06 de julho e a submissão de propostas segue até 20 de agosto de 2021. Haverá eventos e atividades on-line e/ou presenciais, gratuitos e abertos à comunidade, em âmbito Estadual ou Distrital e Intermunicipal. Assim que ocorrer o lançamento da chamada, iremos divulgá-la aqui também. Submeta a sua proposta!
A Temática da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em 2021
Em 2021, a SNCT ocorrerá no mês de outubro, designado como o Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações - que visa mobilizar a população, em especial crianças, estudantes e professores da educação básica, educação de jovens e adultos e educação profissional e tecnológica, em torno de temas e atividades de ciência, tecnologia e inovação, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. Assim, a SNCT expande sua gama de atividades para ressaltar também a inovação.
O tema para a 18ª SNCT, que ocorrerá no período de 2 a 8 de outubro de 2021 em todo o país, é “A transversalidade da ciência, tecnologia e inovações para o planeta”. A temática visa problematizar as questões que ultrapassam fronteiras, como o enfrentamento do desafio sanitário e humanitário da Pandemia de COVID-19, em busca de construção e execução de ações e políticas cooperadas, integradas e convergentes.
Somente com a articulação de diferentes áreas do conhecimento e de diferentes práticas na construção e execução dessas ações e políticas é que se encontrarão soluções para o enfrentamento da Pandemia de COVID-19. A convergência de esforços e investimentos globais e locais para que a ciência buscasse respostas e alternativas, em um processo de cooperação, articulação, troca de informações, transferências de tecnologia e multilateralismo, com o objetivo comum de preservar vidas, é que permitiu a adaptação, o desenvolvimento e a validação de tecnologias vacinais em tempo recorde. De maneira cooperativa e articulada, as diferentes áreas da ciência e da tecnologia buscam a inovação para a superação desse tipo de desafio global. Integrar e otimizar os avanços científicos e tecnológicos em benefício da humanidade e do planeta, sejam eles de ordem sanitária, humana, biológica ou ambiental, em suas complexas interações, é a tônica da próxima SNCT.
A transversalidade da ciência e da tecnologia evoca uma concepção de ciência socialmente construída e realizada com a participação de múltiplos atores, trazendo a inovação para a base de concepção dos meios de superação dos grandes desafios globais, nacionais e regionais, considerando os avanços científicos e tecnológicos das diversas áreas do conhecimento para integrá-los e otimizá-los em benefício da humanidade. Além da convergência de interesses, investimentos e esforços para encontrar soluções, é preciso que também as soluções encontradas sejam disponibilizadas a todas as pessoas, contribuindo para reduzir desigualdades sociais nos seus diversos níveis, também de forma transversal e interdisciplinar. Assim, os processos coletivos são construídos com a colaboração de diferentes disciplinas, saberes e linguagens, guiados pelas necessidades e preferências nacionais/regionais/locais, integrando as ciências naturais, sociais e as artes (por exemplo), tendo em vista o bem das sociedades e dos ambientes em que vivem.
O tema da transversalidade da ciência está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável - ODS 17 - Parcerias e Meios de Implementação, que objetiva fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. Nessa direção, a soma de esforços e parcerias é considerada vital para o alcance do desenvolvimento sustentável das nações.
No âmbito brasileiro, a transversalidade faz parte do planejamento e das agendas de diversos órgãos ou áreas, bem como necessita ser fortalecida em políticas públicas. A Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia 2016-2022 (ENCTI) também destaca a transversalidade, ao ressaltar a necessidade de fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) por meio da articulação dos órgãos e entidades representativas e da convergência de ações para atingir os objetivos das estratégias de CT&I do Brasil. Na ENCTI foram definidos doze temas estratégicos: aeroespacial e defesa; água; alimentos; biomas e bioeconomia; ciências e tecnologias sociais; clima; economia e sociedade digital; energia; minerais estratégicos; nuclear; saúde; tecnologias convergentes e habilitadoras. A definição dos “desafios nacionais”, “pilares fundamentais” e “temas estratégicos” ultrapassa as especificidades das áreas e campos do conhecimento. E o avanço em cada uma dessas temáticas é fomentado com investimentos públicos nas três esferas de Governo: Federal, Estadual e Municipal, às vezes conjuntamente (como nas ações da SNCT), poucas vezes contando também com recursos privados. Assim, a conquista da cidadania e do bem-estar da coletividade passa pela mobilização da criatividade e da inteligência dos brasileiros de forma coordenada e participativa.
Um pouco de história
A SCNT foi criada a partir de Decreto Presidencial de 09 de junho de 2004, instituindo que a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia a ser celebrada em outubro de cada ano, sob a coordenação do Ministério de Ciência e Tecnologia, com a colaboração das entidades nacionais da área.
Apenas em 2020 a edição presencial da SNCT não ocorreu em outubro, mas sim em dezembro, dos dias 7 a 13, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília. Devido à pandemia da Covid-19, nessa edição grande parte das atividades da SNCT, em outubro, foi adaptada para a modalidade virtual, em consonância com as restrições locais e regionais para a realização de eventos.
Desde a sua criação, o MCTI propõe um tema diferente a cada ano, levando as instituições participantes do evento a desenvolverem atividades educacionais e lúdicas (palestras, filmes, vídeos, experimentos, jogos, brincadeiras, entre outros) mostrando os avanços científicos e tecnológicos relativos à temática predefinida. As atividades criam ambiente propício para a troca de ideias, promovendo debates e o pensamento científico e crítico, além de estimular o despertar de vocações científicas.
A SNCT propõe diálogo em grandes temas de interesse da sociedade brasileira. Como exemplos, em 2013, motivado pelos grandes eventos esportivos mundiais a serem realizados no Brasil nos anos subsequentes (Copa das Confederações, Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos), o MCTI propôs o tema "Ciência, Saúde e Esporte", dando continuidade às discussões em torno desta temática e possibilitando profundas reflexões sobre os acontecimentos locais, regionais, mundiais.
“Ciência para a Redução das Desigualdades” foi o tema escolhido para a SNCT de 2018, também alinhada à Agenda 2030, em especial aos objetivos ODS 10 – Redução das Desigualdades, e ODS 1 – Erradicação da pobreza, um tema urgente e multidimensional no mundo, relacionado a uma série de outros graves problemas, trazendo à tona a contribuição das Ciências Sociais e Humanas para a redução das desigualdades no Brasil, com interdisciplinaridade e transversalidade na abordagem do tema. Destacou-se a popularização da ciência como instrumento para o alcance da melhoria de vida e da conquista da cidadania pela população.
A SNCT de 2019 problematizou a “Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”. Esse tema está relacionado a 10 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS. A Bioeconomia tem por base a valorização do uso de produtos e processos biológicos nas áreas da biotecnologia industrial, da saúde humana, da produtividade agrícola e pecuária e da conservação da biodiversidade, buscando formas de produção em que se busque uma economia de baixo carbono, por exemplo, com redução da geração de resíduos, diminuição do uso de combustíveis fósseis, inovação de produtos com tecnologias limpas, valoração de serviços ecossistêmicos. Esse tema é sempre atual e prioritário num país como o Brasil, país de maior biodiversidade do mundo, cuja potência ambiental ímpar pode subsidiar modelos de desenvolvimento com base na integridade de seus ecossistemas.
Desta forma, as temáticas definidas pelo MCTI acompanham os assuntos considerados emergentes e/ou importantes quando da preparação da SNCT do ano, contribuindo com a divulgação para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação.
Nessa direção, a SNCT tem buscado valorizar seu alinhamento aos objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, no âmbito da Agenda 2030, da qual o Brasil é signatário junto com outros 192 países. São 17 objetivos globais: (1) erradicação da pobreza; (2) fome zero e agricultura sustentável; (3) saúde e bem-estar; (4) educação de qualidade; (5) igualdade de gênero; (6) água potável e saneamento; (7) energia acessível e limpa; (8) trabalho decente e crescimento econômico; (9) indústria, inovação e infraestrutura; (10) redução das desigualdades; (11) cidades e comunidades sustentáveis; (12) consumo e produção responsáveis; (13) ação contra a mudança global do clima; (14) vida na água; (15) vida terrestre; (16) paz, justiça e instituições eficazes; (17) parcerias e meios de implementação. O acordo é intitulado "Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável" e foi assinado New York, em 2015, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e o alcance desses objetivo depende de ações concretas de todos os seus signatários.
Conheça os temas da SNCT desde 2004 e as Chamadas Públicas lançadas pelo CNPq a partir de 2017:
1ª SNCT (2004) Olhar para o Céu
2ª SNCT (2005) Brasil, Olhe para a Água
3ª SNCT (2006) Criatividade e Inovação
4ª SNCT (2007) Terra
5ª SNCT (2008) Evolução e Diversidade
6ª SNCT (2009) Ciência no Brasil
7ª SNCT (2010) Ciência para o Desenvolvimento Sustentável
8ª SNCT (2011) Mudanças Climáticas, Desastres Naturais e Prevenção de Riscos
9ª SNCT (2012) Economia Verde, Sustentabilidade e Erradicação da Pobreza
10ª SNCT (2013) Ciência, Saúde e Esporte
11ª SNCT (2014) Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social
12ª SNCT (2015) Luz, Ciência e Vida
13ª SNCT (2016) Ciência alimentando o Brasil
14ª SNCT (2017) Chamada MCTIC/CNPq Nº 02/2017 - A Matemática está em Tudo
15ª SNCT (2018) Chamada CNPq/MCTIC-SEPED Nº 14/2018 - Ciência para a redução das desigualdades
16ª SNCT (2019) Chamada CNPq/MCTIC Nº 09/2019 - Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável
17ª SNCT (2020) Chamada CNPq/MCTIC Nº 03/2020 - Inteligência Artificial, a nova fronteira da ciência brasileira
18ª SNCT (2021) Chamada CNPq/MCTIC Nº 06/2021 - A transversalidade da ciência, tecnologia e inovações para o planeta
Saiba mais
Decreto da Criação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Entenda como funciona a semana SNCT
Conheça a Agenda 2030 e os Objetivo de Desenvolvimento Sustentável