Repositório de dados do CNPq é lançado já incluindo dados do SinBiose

A Ciência Aberta abrange diversas práticas, especialmente aquelas relacionadas à abertura dos dados de pesquisa. Quatro princípios são fundamentais: que os dados possam ser encontrados, que estejam acessíveis, que possam ser interligados a outros dados e que possam ser reutilizados em novas pesquisas. Os repositórios de dados, como o Lattes Data, lançado essa semana pelo CNPq, são parte da infraestrutura para alcançar esses princípios. 

O acesso a dados, a integração entre eles e a colaboração entre pesquisadores  são  bases da ciência de síntese - objetivo central do Centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos do CNPq, o SinBiose. Por esse motivo, o Centro e seus pesquisadores acompanharam de perto o desenvolvimento do Lattes Data. Os dados provenientes de três projetos do SinBiose - Redes DTN, Trajetórias e Synergize - foram utilizados na fase de testes e implementação do Lattes Data e estão entre os primeiros a povoar o repositório.

Para o presidente do CNPq, Evaldo Ferreira Vilela, o lançamento do Lattes Data demonstra que o CNPq está alinhado com o movimento mundial da ciência aberta. "Esse alinhamento já ocorre por meio de outros programas, como o Scielo por exemplo, e agora se aprofunda com o Lattes Data", reforça Vilela.

Já para Cecília Leite de Oliveira, diretora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), o lançamento é um momento histórico: "este  é o primeiro repositório da América Latina organizado por uma agência de fomento que dá a possibilidade de reutilização dos dados para um avanço mais rápido do conhecimento e para facilitar a integração entre pesquisadores e pesquisas".

Seguindo os princípios da Ciência Aberta, o repositório permite que os cientistas - inicialmente aqueles financiados pelo CNPq - possam armazenar e divulgar seus conjuntos de dados científicos em um ambiente confiável, com identificadores que seguem padrões internacionais. A obtenção de indicadores persistentes será facilitada no âmbito do Consórcio Nacional de Ciência Aberta (CoNCienciA), lançado em março deste ano, também sob a liderança do CNPq.

Com isso, além do armazenamento dos dados de pesquisa, sua preservação e maior facilidade de acesso, o repositório deve estimular o reuso desses dados de pesquisa para novas análises e pesquisas. 

"Estamos entregando para o país uma estrutura física importantíssima para a gestão, utilização e comprovação daquilo que é apresentado como resultado final de uma pesquisa, proporcionando um aumento da qualidade, já que os dados ficam abertos, e a preservação desses dados, favorecendo a memória da ciência brasileira", ressalta Bianca Amaro de Melo, do Ibict. 

A cerimônia de lançamento pode ser vista no canal do YouTube do CNPq - https://youtu.be/qO_Q9TaB0CE