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SBPC homenageia pesquisadoras com o 5º Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”
Em cerimônia realizada nessa terça-feira, 6, na Universidade de São Paulo (USP), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) premiou as três pesquisadoras vencedoras da 5ª edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, que nesta edição premia “Mulheres cientistas”, categoria dedicada às pesquisadoras de instituições nacionais que tenham prestado relevantes contribuições à ciência e à gestão científica, além de terem realizado ações em prol da ciência e da tecnologia nacional.
Agraciada no ano de 2021 com Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a antropóloga Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha é a vencedora na área de Humanidades. A biomédica Regina Pekelmann Markus na área de Biológicas e Saúde, e, na área de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra, a química Yvonne Mascarenhas, integrante da terceira edição do projeto Pioneiras da Ciência no Brasil do CNPq e homenageada com o título de Pesquisadora Emérita do CNPq em 2013.
Nesta edição, a SBPC recebeu 50 indicações de 52 Sociedades Científicas Afiliadas à entidade. Do total de indicadas, 15 eram da área de Humanidades, 18 das Biológicas e Saúde e 17 das Engenharias, Exatas e Ciência da Terra.
Além da vice-presidente da SBPC, Francilene Procópio Garcia, e das diretoras da entidade, Marilene Corrêa e Fernanda Sobral, compuseram a comissão julgadora: Zelinda Hirano, membro do Conselho da SBPC; Claudia Lisete Oliveira Groenwald, presidente da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) - representando as sociedades científicas afiliadas; Helena Bonciani Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC); e Cristina Caldas, diretora do Instituto Serrapilheira.
Esta 5ª edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, conta com o patrocínio de dois sócios institucionais da SBPC para a sua realização: o Instituto Serrapilheira e a Microbiológica Química e Farmacêutica. E, também, com o apoio da Fundação Péter Murányi.
Confira abaixo o perfil das premiadas da 5ª Edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” – Mulheres Cientistas:
HUMANIDADES
Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha (Indicada pela Associação Brasileira de Antropologia – ABA)
A antropóloga é doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (1976) e graduada em matemática pela Faculté des Sciences de Paris (1967). Combinou sua atuação como professora e pesquisadora, com uma vasta produção intelectual e atuação em várias entidades, nacionais e internacionais. Fez pós-doutorado na Universidade de Cambridge e foi professora doutora da Universidade Estadual de Campinas e professora titular da Universidade de São Paulo, onde, após a aposentadoria, continua ativa. Foi full professor da Universidade de Chicago de 1994 a 2009, tornando-se professora emérita. Foi professora também no PPGAS do Museu Nacional (UFRJ) e titular da cátedra "savoirs contre pauvretés", no Collège de France, em 2011-2012. É autora de 12 livros, 38 artigos em periódicos especializados e 32 capítulos de livros, além de organizadora de quatro livros. Foi presidente da Associação Brasileira de Antropologia, é membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e integra a Comissão Arns de Direitos Humanos, entre outras participações relevantes. Dos muitos prêmios que recebeu, destacam-se a Ordem do Mérito Científico, no Brasil, e a Légion d’honneur na França.
BIOLÓGICAS E SAÚDE
Regina Pekelmann Markus (Indicada pela Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental – SBFTE)
Biomédica, com Doutorado em Farmacologia pela Unifesp, Markus é professora titular do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e Pesquisadora Sênior do CNPq. Atua em Cronofarmacologia com foco no estudo das ações da melatonina. Publicou 123 artigos indexados, orientou 74 pesquisadores (pós-graduandos, pós-docs e ICs). Ela é membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), atuou em diretorias da SBFTE, SBPC e Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE). Dos diversos prêmios que recebeu, destacam-se o UN Women USA Raise and Raise Others Award (2022), a Medalha da Ordem do Mérito Científico (2023) e o Prêmio Mulheres na Farmacologia no Brasil (SBFTE, 2023).
ENGENHARIAS, EXATAS E CIÊNCIAS DA TERRA
Yvonne Mascarenhas (Indicada pela Associação Brasileira de Cristalografia e pelas Sociedades Brasileiras de Física e de Pesquisa em Materiais)
Com graduação em Química e em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1954), doutorado em Química (Físico-Química) pela Universidade de São Paulo (1963), livre-docência (1972) pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela Harvard University (1973), Foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), em 1956, e uma das pioneiras na fundação do então Instituto de Química e Física de São Carlos (IFQSC/USP). Tornou-se professora-titular do Instituto e1981, onde também foi diretora, entre 1994 e 1998). Atua em determinação de estruturas cristalinas e moleculares por difração de raios-X, de amostras mono ou policristalinas; estudos estruturais de materiais em solução ou sólidos semicristalinos por espalhamento de raios-X a baixos ângulos. Desde 2010, também se dedica à Difusão Científica voltada para apoio ao Ensino Fundamental e Ensino Médio, coordenando um Grupo de Trabalho do Instituto de Estudos Avançados da USP, Polo de São Carlos, e coordena uma Agência de Difusão Científica, cujo principal veículo de comunicação é o Portal Ciência Web: www.cienciaweb.com.br. Ao longo de sua brilhante carreira, recebeu dezenas de homenagens e distinções. Em 1998 recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe Grã-Cruz e, em 2013, foi homenageada com o título de pesquisadora emérita do CNPq. Foi uma das 12 cientistas a receber o prêmio IUPAC-2017 Distinguished Women in Chemistry or Chemical Engineering Awardspela da União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac) a mulheres com realizações de impacto na pesquisa em química ou engenharia química. Publicou mais de 150 artigos em revistas indexadas sobre cristalografia. Mesmo aposentada, aos 92 anos ainda é atuante, como colaboradora e professora aposentada em exercício, no Instituto de Física de São Carlos.