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CNPq anuncia os vencedores da 20ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) anuncia os ganhadores da 20ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica. Concedido de forma anual, o prêmio é atribuído em quatro categorias, contemplando estudantes de graduação bolsistas dos programas de Iniciação Científica e de Iniciação Tecnológica, além de estudantes regularmente matriculados no Ensino Médio, participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica no Ensino Médio (PIBIC-EM) do CNPq, uma novidade desta edição. A quarta categoria se refere à do Mérito Institucional, que premia instituições participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CNPq, que tenham bolsistas inscritos no Prêmio.
Os estudantes contemplados com o prêmio apresentaram relatórios finais considerados de qualidade e de relevância para o alcance dos objetivos dos respectivos Programas de que são bolsistas. Além de terem custeada pelo CNPq sua participação na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ser realizada em julho próximo, em Curitiba (PR), eles receberão valores em dinheiro e bolsas de estudo, a depender da categoria. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 24 de julho, no campus da Universidade Federal do Paraná (PR), durante a Reunião Anual da SBPC.
A premiação para os agraciados em Iniciação Científica Júnior inclui um valor de 5 mil Reais e bolsa de Iniciação Científica ou de Iniciação Tecnológica no país. Os ganhadores nas categorias Iniciação Científica e Iniciação Tecnológica, por sua vez, receberão 10 mil Reais e bolsa de Mestrado ou de Doutorado no país. A instituição vencedora na categoria Mérito Institucional será contemplada com a concessão de cinco a vinte cotas de bolsas adicionais de PIBIC e/ou PIBITI, a depender de seu número de bolsas totais concedidas por meio de chamadas CNPq, além de troféu, a ser recebido por seu representante durante a reunião anual da SBPC.
Conheça os vencedores!
Categoria |
Área do Conhecimento |
Agraciado(a) |
IES |
Título do Trabalho |
Iniciação Científica |
Ciências Exatas, da Terra e Engenharias |
Ana Beatriz Nogueira Lima
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UFC |
Obtenção de filmes poliméricos a partir dos polissacarídeos do cogumelo agaricus brasiliensis visando tratamento de feridas cutâneas. |
Orientadora: Maria Elenir Nobre Pinho Ribeiro |
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Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes |
Abraão Filipe Marques de Oliveira |
UFV |
Infância, estéticas da diferença e midiatização: po(est)éticas em torno do caso da criança de São Mateus. |
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Orientador: Rennan Lanna Martins Mafra |
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Ciências da Vida |
Marcella Maringolo Cristovão |
USP |
Controle transcricional de EZH2 no câncer agressivo de tiróide. |
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Orientador: Cesar Seigi Fuziwara |
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Iniciação Tecnológica |
Ciências Exatas, da Terra e Engenharias |
Marcos Silva de Sousa |
UFMA |
Interação Fármaco-Fármaco: Obtenção de Uma Nova Dispersão Sólida de Etionamida e Ácido Acetilsalicílico para a melhoria do Tratamento da Tuberculose. |
Orientador: Paulo Roberto da Silva Ribeiro |
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Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes |
Michel Victor de Castro da Silva |
UFMA |
Produção e aplicação de histórias em quadrinhos na educação básica: Contribuindo para o desenvolvimento de uma educação antirracista, emancipatória e democrática. |
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Orientadora: Cidinalva Silva Câmara Neris Lattes: http://lattes.cnpq.br/5072302663808446
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Ciências da Vida |
Ana Flávia Chaves Uchôa |
UFPB |
Carreadores Lipídicos Nanoestruturados funcionalizados a base de óleo de copaíba aplicados ao tratamento do câncer de mama. |
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Orientador: Francisco Humberto Xavier Júnior |
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Iniciação Científica Júnior |
Ciências Exatas, da Terra e Engenharias |
Ana Júlia Santos Lopes |
UFRN |
Estratégias instrucionais baseadas em dados para o desenvolvimento para o desenvolvimento do técnico em aquicultura. |
Orientador: Anderson Dias Viana |
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Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes |
Isabella Mayumi Gondo |
UEM |
A Lei Maria da Penha e o Enfrentamento da Violência Doméstica no Ambiente Escolar. |
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Orientadora: Crishna Mirella de Andrade Correa |
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Ciências da Vida |
Paulo Henrique Souza Marazzi Diniz |
UFMG |
Via Des-Arg9 -Bradicinina/B1R: Lesão Hepática na COVID-19. |
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Orientadora: Maria de Fátima Leite |
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Mérito Institucional |
Universidade Federal de Campina Grande |
UFCG |
A importância do prêmio nos depoimentos dos premiados
Comunicados sobre o resultado do prêmio, os bolsistas agraciados pontuaram suas declarações com reflexões sobre o valor da ciência e a relevância de investimentos na área, além de atentarem para os benefícios trazidos pela ciência para a sociedade e exaltarem o papel transformador da bolsa concedida pelo CNPq em suas trajetórias. Alguns citaram, ainda, a importância do recebimento da bolsa para a viabilização de sua permanência nos estudos.
Para Ana Júlia Santos Lopes, contemplada na categoria Bolsista de Iniciação Científica Júnior, na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, o prêmio representa o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e uma oportunidade para mostrar aos jovens de que é possível fazer ciência. “O processo de desenvolvimento dessa pesquisa foi muito significativo para mim, porque pude entrar em contato com diferentes conhecimentos e pessoas, isso foi fundamental para o meu desenvolvimento não só como pesquisadora, mas também como pessoa”, afirma Ana. “Eu espero que exista cada vez mais reconhecimento e investimento para as diversas áreas da ciência, visto que ter a possibilidade de fazer uma pesquisa científica significa transformar, se reinventar e enxergar além. Receber uma bolsa de Iniciação Científica foi algo que transformou a minha vida completamente. Através dos aprendizados que tive, hoje, eu vejo ciência e tecnologia em todos os lugares. É incrível”, completa ela.
Premiada na categoria Bolsista de Iniciação Científica da área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, Ana Beatriz Nogueira Lima, por sua vez, ressaltou que ser escolhida como um dos agraciados desta edição reforça sua certeza que de a opção pela pesquisa científica foi o caminho mais certo para ela. “Desde meu segundo semestre de graduação, eu sabia que gostaria de estar na pesquisa, trabalhando no desenvolvimento de materiais que pudessem chegar à comunidade, que fossem acessíveis e que pudessem realmente ter uma aplicabilidade e potencial para amenizar ou solucionar alguma problemática social”, afirma ela. Para Ana Beatriz, pesquisa e desenvolvimento são ainda um desafio, devido aos obstáculos encontrados. “Esse sentimento se deve aos orçamentos apertados, bem como ao fator infraestrutura. Logo, pesquisa é também um ato de amor e perseverança”, observa a premiada, que salienta a importância do recebimento da bolsa para sua permanência na universidade. Ela é bacharel em Farmácia pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Agraciado na mesma área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, Marcos Silva de Sousa, ganhador na categoria Iniciação Tecnológica, diz que a conquista do prêmio fortalece sua motivação para seguir adiante na área de pesquisa. “Esse prêmio reforça minha convicção de que a pesquisa é uma ferramenta poderosa para solucionar problemas e impactar positivamente a sociedade. A bolsa de Iniciação Científica proporcionou-me a oportunidade de trabalhar em um projeto de pesquisa relevante e desafiador”, lembra ele, ressaltando a importância do apoio de seu orientador, professor Paulo Roberto da Silva Ribeiro.
Ainda comemorando o que diz ser a melhor conquista de sua vida até o momento, Michel Victor de Castro da Silva, premiado na categoria Bolsista de Iniciação Tecnológica, na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, agradeceu sua família, a orientadora Cidinalva Neris e os professores da Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ele observou que a bolsa de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) possibilitou a materialização de todo o aprendizado adquirido na universidade. ““Tive a oportunidade de desenvolver um produto, com a possibilidade de auxiliar o professor em sala de aula, assim contribuindo para o desenvolvimento de uma educação antirracista, emancipatória e democrática”, frisa Michel.
Abraão Filipe Marques de Oliveira, agraciado na mesma área do conhecimento, na categoria Bolsista de Iniciação Científica, por seu turno, também comemorou o prêmio, afirmando que é o reconhecimento de um trabalho coletivo. “Saí outro, com novas perspectivas da ciência, da sociedade e da minha própria trajetória. Por isso, reforço: o prêmio vem como reconhecimento de toda essa construção coletiva, em que eu tive a oportunidade e o prazer de participar”, diz ele, que pretende continuar seus estudos e espera contribuir para uma reflexão científica preocupada e engajada com a promoção da justiça social. “Não posso deixar de sonhar também com um ambiente científico para o nosso país que receba maiores investimentos e cuja produção seja feita de maneira ética, respeitosa, responsável e mais acolhedora”, completa Abraão. Ele considera que a bolsa de Iniciação Científica foi fundamental para que ele tivesse condições de cursar os últimos meses de sua graduação em Jornalismo, na Universidade Federal de Viçosa (UFV). “Ademais, a bolsa dava um senso de responsabilidade, pois estamos falando de recursos que vêm das contribuições do povo brasileiro, então precisávamos entregar um bom trabalho, realizá-lo com compromisso”, salienta Abraão.
Isabella Mayumi Gondo, contemplada na categoria bolsista de Iniciação Científica Júnior, também na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, agradeceu a orientadora Crishna Correa e a co-orientadora, Gláucia de Brida, bem como os colegas de projeto. “Participar do PIBIC-EM abriu portas para experiências em que eu nunca imaginei que passaria estando só no colégio”, diz ela, para quem a oportunidade contribuiu para sua opção em cursar Direito. “Da mesma forma em que recebi a oportunidade de estar em um projeto, onde o tema está relacionado ao curso desejado, espero futuramente que esse projeto seja mais acessível, e que os estudantes tenham oportunidade de participar de projetos que possuam um tema relacionado à área em que desejam seguir, para que, assim como eu, tenham mais segurança na hora da escolha”. afirma Isabella.
Marcella Maringolo Cristovão, agraciada na categoria bolsista de Iniciação Científica, da área de Ciências da Vida, da mesma forma, celebrou o reconhecimento por seu trabalho, afirmando que também se dedicará a pesquisas. “Isso [o prêmio] serviu como forma de reconhecimento do esforço dedicado à pesquisa, sendo que meu interesse pela investigação do projeto cresceu. Ainda, a iniciação científica me permitiu conhecer como funciona o mundo acadêmico de pesquisa, expandindo meus horizontes profissionais”, confessa.
Para Ana Flávia Chaves Uchôa, ganhadora na categoria Iniciação Tecnológica, também na área de Ciências da Vida, a bolsa que usufruiu teve impacto direto em sua vida acadêmica, modificando sua visão sobre o curso. “Ela me permitiu descobrir a nanotecnologia, área na qual eu realmente me encontrei como profissional, e me aprofundar em assuntos, teóricos e práticos, que eu não conseguiria apenas com a graduação”, afirma, atentando para a relevância do incentivo concedido pela bolsa. “Serviu como um incentivo para continuar dando o meu melhor no laboratório diariamente, e contribuindo para um cenário científico de qualidade no Brasil”, completa ela. Ana Flávia citou os colegas de laboratório e o orientador, Francisco Humberto Xavier Júnior, ao comemorar a vitória. “Além de ser uma honra receber tal reconhecimento, o mesmo pode, ainda, certamente abrir portas para oportunidades acadêmicas futuras, bem como ajudar a estabelecer contatos ou mesmo colaborações com outros pesquisadores da área, o que eu espero que gere projetos ainda mais robustos e relevantes”, conclui Ana.
As novas perspectivas citadas por Ana Flávia já se tornaram realidade para Paulo Henrique Marazzi Diniz, contemplado com o prêmio na categoria bolsista de Iniciação Científica Júnior. “Ser bolsista de iniciação científica júnior transformou a minha vida”, diz ele, afirmando que a bolsa foi o pontapé inicial para sua carreira como cientista. “A partir daí, fui tendo acesso a oportunidades acadêmicas excepcionais que pareciam muito distantes, como resultado do protagonismo que o Programa de Iniciação Científica Júnior me possibilitou exercer”, diz Paulo, mencionando suas aprovações nas universidades norte-americanas Yale e Johns Hopkins, duas das mais prestigiadas no mundo. Ele vai cursar graduação nos Estados Unidos com bolsa integral em psicologia e em engenharia biomédica. “Particularmente, considero um grande feito. Sou um aluno de baixa renda, da rede pública de ensino, cujos pais não tiveram acesso ao ensino superior”, observa. Ele comemorou o prêmio recebido, exaltando o impacto positivo que seu trabalho como jovem pesquisador causou no combate à pandemia de COVID-19. Sua pesquisa era relacionada à doença. “Este prêmio também significa, para mim, que o conhecimento científico alcançado como resultado desta pesquisa nos prepara para lidar melhor com a COVID-19 no futuro, caso necessário, e fortalece a esperança da possibilidade de vencer a doença. Por isso, dedico a o trabalho e o prêmio a todos os pacientes que morreram de COVID-19 sem a oportunidade de se vacinarem contra a doença”, diz ele. “Ter o trabalho científico do meu grupo reconhecido nacionalmente, sendo que contribuí como bolsista de iniciação científica júnior, demonstra para mim mesmo que, com muita dedicação e persistência, é possível realizar grandes sonhos e alcançar feitos que antes eram inimagináveis para um aluno do ensino médio da rede pública de ensino”, completa Paulo Henrique.