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Pesquisa financiada pelo CNPq é premiada no Congresso Brasileiro de Soja
O bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e professor do Departamento de Produção Vegetal, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), Francisco Guilhien Gomes Júnior , teve o trabalho intitulado Infrared thermographic assessment to discriminate soybean seed vigor premiado como o melhor da categoria profissional durante o IX Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2022, realizado em maio, em Foz do Iguaçu, no Paraná. O trabalho agraciado foi financiado pelo CNPq no âmbito da Chamada Universal N° 01/2016 e teve como co-autores os pesquisadores Agide Gimenez Marassi , Lívia Araújo Rohr e Silvio Moure Cicero .
O objetivo da pesquisa foi o de se aplicar a termografia infravermelha para detectar variações térmicas na superfície de sementes de soja e se avaliar a eficiência desta técnica para discriminar lotes de sementes conforme os seus níveis de vigor. A termografia é uma técnica não destrutiva e não invasiva, que consiste no registro gráfico da radiação infravermelha emitida pela superfície de um objeto. Para o alcance desse registro, os pesquisadores utilizam sensores capazes de ler a radiação em cada ponto do objeto e criar uma imagem que tem coloração proporcional à intensidade de temperatura nesses pontos.
O grupo do professor Francisco Guilhien buscou aplicar a técnica da termografia para aferir a temperatura da superfície de sementes de soja após o início do processo de embebição e ativação do seu metabolismo. A fase de embebição é a que se refere à captação de água, que provoca o umedecimento inicial dos tecidos mais próximos à superfície. Na pesquisa foram avaliadas amostras de sementes originadas de lotes apresentando diferenças de vigor constatadas por testes de rotina. A avaliação do vigor de sementes é importante para a seleção dos melhores lotes, com potencial para apresentar desempenho superior no campo e assegurar o adequado estabelecimento da cultura e a produtividade de grãos.
Quando os resultados obtidos a partir das imagens térmicas, ou seja, os valores de temperatura aferidos da superfície das sementes, foram comparados e correlacionados com os resultados de outros testes convencionalmente utilizados para se avaliar o vigor de sementes de soja, os pesquisadores verificaram que as sementes provenientes dos lotes de menor vigor apresentavam temperaturas mais elevadas do que sementes originadas dos lotes de maior vigor (Figura 1). Dessa forma, a pesquisa evidenciou a viabilidade da termografia infravermelha para detectar variações térmicas na superfície de sementes de soja e associá-las ao nível de vigor de lotes comerciais de sementes. O procedimento proposto foi capaz de identificar diferenças entre lotes de sementes de forma semelhante a outros testes utilizados para avaliar o vigor de sementes de soja. Essa técnica pode ser útil como um teste rápido e não invasivo para auxiliar em pesquisas de melhoramento vegetal e em programas de controle de qualidade de empresas de sementes.
Os outros trabalhos premiados durante o Congresso foram agraciados nas categorias graduação e pós-graduação.