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Niède Guidon, pesquisadora do CNPq, recebe homenagem internacional na Itália
Publicado em
19/04/2021 15h25
Atualizado em
19/04/2021 16h10
A arqueóloga brasileira,
Niède Guidon
, de 88 anos, bolsista de Produtividade em Pesquisa Sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é uma das ganhadoras do 1º Prêmio Internacional Hypatia 2020. Ela está ao lado de outros cientistas que se destacaram em diversas áreas científicas ao redor do planeta. Além da homenagem, o prêmio tem proporcionado vasta divulgação de seu trabalho realizado no Piauí, agora na Itália.
Bolsista do CNPq de Produtividade em Pesquisa Sênior, Niède Guidon é responsável por contribuições científicas e sociais.
Graduada em História Natural pela Universidade de São Paulo (1959) e doutorado em Pré-História pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne (1975), Niède é uma pesquisadora reconhecida mundialmente por sua atuação nos estudos e na preservação do Parque Nacional Serra da Capivara (PI). Suas descobertas arqueológicas no Piauí transformaram o conhecimento sobre o povoamento das Américas, mostrando que ele ocorreu milênios antes do que se pensava e possivelmente por rotas alternativas. Além de suas contribuições científicas, Niède foi responsável por iniciativas educacionais e sociais para impulsionar o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população dessa região.
Atualmente, é Diretora-Presidente Emérita da
Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM)
, com a qual o CNPq possui parceria desde 2010 para apoio aos trabalhos de arqueologia e paleontologia no Programa de Prospecção, Resgate e Acompanhamento Arqueológico e Educação Patrimonial desenvolvidos durante a Implantação do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional – PISF e Ramal do Agreste.
O Programa de Prospecção Arqueológica das áreas impactadas pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) que inclui a identificação, resgate e guarda dos registros arqueológicos na região nordeste do país é de considerável relevância. Com investimento aproximado de R$ 144 milhões, 325 sítios arqueológicos foram identificados e mais de 122 mil vestígios de materiais encontrados até o momento, demonstrando a grandiosidade desta ação, que também envolve as comunidades locais e busca conscientizá-las da importância da preservação dos sítios arqueológicos.
Os objetivos da ação são:
- Cumprir a legislação brasileira que protege o patrimônio arqueológico em todo o território nacional.
- Identificar ocorrências e sítios arqueológicos nas áreas em que ainda se desenvolvem atividades de obra e, nas áreas que ainda não sofreram alterações por movimentos de terra como os ramais.
- Realizar o salvamento das ocorrências e sítios arqueológicos que ainda possam ser identificados no decorrer dos trabalhos;
- Realizar monitoramento na abertura das valas para a implantação das estruturas dos novos ramais;
- Acompanhar a abertura e melhoramento dos acessos, instalação de canteiros de obra, e de qualquer movimento de terra no interior das jazidas;
- Levantar amostras de sedimentos arqueológicos que permitam a realização de análises físico-químicas, viabilizando a pesquisa sobre a reconstituição da paleopaisagem da área do Rio São Francisco envolvida na obra; e
- Finalizar o trabalho de educação patrimonial com comunidade concernida e socializar o conhecimento produzido nos trabalhos de Arqueologia e Paleontologia durante a obra e, validar do Mapa Patrimonial.
Assista ao vídeo de divulgação do prêmio: