Notícias
Museu Nacional/UFRJ leva exposição sobre as Ilhas Cagarras ao Aeroporto Santos Dumont
O Aeroporto Santos Dumont recebe a exposição ‘Nas Asas da Ciência – Um Voo pelas Ilhas Cagarras’, de 22 de dezembro de 2021 a 20 de fevereiro de 2022. Esta Exposição é fruto de uma realização coletiva, capitaneada pelo Museu Nacional/UFRJ (MNRJ) em parceria com a INFRAERO, o ICMBio, o Projeto Ilhas do Rio, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Colônia de Pescadores Artesanais de Copacabana (Z-13), contando com o apoio das empresas Ecossis e Emob. A exposição é gratuita e será no Saguão de Desembarque do Aeroporto, em um espaço com 280 m² e uma deslumbrante vista para a pista do aeroporto emoldurada pela Baía de Guanabara.
Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MONA Cagarras). Foto: Fernando Moraes/Projeto Ilhas do Rio
A Exposição tem cerca de 50 exemplares de diferentes espécies e grupos zoológicos da Coleção Didático-Científica da Seção de Assistência ao Ensino do Museu Nacional/UFRJ, como caranguejos, conchas, corais, esponjas e estrelas-do-mar. Dentre este acervo, destacam-se os exemplares taxidermizados, como as duas aves marinhas mais emblemáticas da UC, o atobá-marrom e a fragata, além de um peixe Mero com mais de 1 m de comprimento, doado pelo Projeto Meros do Brasil. Disponibilizadas pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro , duas espécies de bromélias típicas do MONA Cagarras ficarão expostas no saguão de desembarque, aproximando ainda mais o público da temática natural. Serão apresentados também modelos de artefatos arqueológicos, como machados de pedra polida e cerâmicas, que registram a presença indígena Tupiguarani no local desde o Século XV. Textos, fotos, vídeos, mapas, maquetes e um painel interativo integram a exposição.
Alguns dos exemplares expostos no Aeroporto Santos Dumont
Com o intuito de ser um ambiente de aprendizagem, os temas serão abordados através da perspectiva dos pesquisadores em campo, aguçando a curiosidade dos visitantes para a conservação deste patrimônio natural. A maioria destes resultados é fruto de levantamentos de longo prazo da biodiversidade local, principalmente através da parceria do Projeto Ilhas do Rio com o Museu Nacional/UFRJ, o ICMBio, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio
de Janeiro
e a Colônia Z-13.
Ilhas Cagarras
O Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MONA Cagarras) é composto por quatro ilhas (Cagarra, Palmas, Comprida e Redonda) e duas ilhotas (Filhote da Cagarra e Filhote da Redonda), mais a área marinha nos 10 m de raio de cada uma, formando um mosaico de ambientes terrestres e marinhos com 708 espécies da fauna e da flora identificadas nos ecossistemas de Restinga, Mata Atlântica e Costão Rochoso. Nos costões rochosos submarinos e nas águas do entorno foram identificadas cerca de 50 espécies de macroalgas, 180 de invertebrados, 174 de peixes recifais, 10 de aves marinhas e seis de cetáceos. Do costão emerso até o cume da ilha mais alta, são conhecidas 192 espécies de plantas vasculares, 50 de insetos e aracnídeos, além de outras 46 de aves. O ninhal de fragatas ( Fregata magnificens ) no MONA Cagarras é um dos dois maiores do Atlântico Sul, com 5.500 indivíduos estimados. Algumas espécies exóticas invasoras também foram registradas na UC e seu entorno, demandando ações constantes de monitoramento e manejo dos ecossistemas. Criada pela Lei 12.229 - 13 de abril de 2010, esta Unidade de Conservação Federal de Proteção Integral é gerida pelo ICMBio.
MONA Cagarras e ASA do Aeroporto Santos Dumont
A Área de Segurança Aeroportuária (ASA), que abrange um raio de 20 km no entorno do aeroporto, é monitorada constantemente por meio do contrato firmado entre INFRAERO e Ecossis Soluções Ambientais. O intuito é reduzir os riscos de colisões entre fauna e aeronaves. Nesta área, o Monumento Natural das Ilhas Cagarras figura como o principal ponto de atenção na região, principalmente pela alta concentração de aves marinhas. Os resultados científicos produzidos na última década sobre as aves marinhas desta Unidade de Conservação reforçam a importância das ilhas para a manutenção das populações de fragatas e atobás, as duas principais espécies da região. Diariamente, cerca de 5.500 fragatas ( Fregata magnificens ) e 2.500 atobás-marrom ( Sula leucogaster ) voam no céu da metrópole do Rio de Janeiro , em deslocamentos no entorno do MONA Cagarras. Isto inclui a Baía de Guanabara e os diversos sistemas lagunares da região. Este movimento em busca de alimento tem interface direta com a ASA do SDU, demandando constante monitoramento. Os dados coletados e analisados revelaram que estas duas espécies são as mais avistadas no Aeroporto. As aves também se aproximam de embarcações pesqueiras, sendo estratégico conhecer as áreas de pesca para uma boa gestão de riscos nas rotas de pousos e decolagens.