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Inpa publica livro sobre o maior arquipélago fluvial do planeta, a 400 quilômetros de Manaus
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) lançaram um livro sobre o maior arquipélago fluvial do mundo. A 400 quilômetros de Manaus, em Barcelos (AM), Mariuá possui 1.400 ilhas e 275 km de extensão, num trecho de rio que chega a quase 20 km de largura. As ilhas são formadas por florestas de igapó, que ocorrem apenas em rios de água preta, pobres em sedimentos, e chegam a ficar inundadas na maior parte do ano.
O livro "Mariuá - a flora, a fauna e o homem no maior arquipélago fluvial do planeta" é resultado de expedição realizada em 2008. Ao todo, 36 autores participaram da obra, que foi organizada pelo pesquisador Marcio Luiz de Oliveira, do Inpa, e bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A obra está organizada em dez capítulos que tratam sobre vegetação; abelhas e mamangavas; aranhas, escorpiões, opilões e outros; peixes e arraias; bichos de cascos; jacarés, lagartos, serpentes e anfíbios; aves; pequenos mamíferos não-voadores; mamíferos de médio e grande porte; e organização sociocultural e gestão dos recursos naturais.
Publicado pela Editora Inpa em parceria com a Ufam, o livro teve uma tiragem de 500 exemplares e contou com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Mario Luiz de Oliveira ressalta que, na Amazônia, estudos sobre biodiversidade nunca são conclusivos. "Sempre constatamos que ainda existe muito a ser estudado. Essa expedição durou cerca de 20 dias, o que é muito pouco em termos de amostragem. Mas o livro é uma espécie de pedra fundamental sobre a flora, a fauna e o homem naquele arquipélago. Antes dele não havia nada. Que venham agora outros trabalhos e mais e mais conhecimentos", afirma.
Ele alerta que os recursos do arquipélago são utilizados intensamente pelos habitantes da região para pescas comercial e esportiva e coleta de peixes ornamentais. Quelônios e outras espécies animais são caçados para subsistência, mas também sofrem pressão da caça e coleta para fins comerciais. Lembra ainda que, além da pressão do uso da fauna, existe forte pressão no uso de outros recursos naturais, como a extração de seixo e areia, assim como madeira para usos na construção civil, o que, em geral, ocorre de forma irregular. "Para deter isso, precisamos de ações de conscientização acompanhadas de fiscalização", defende Oliveira.
O nome Mariuá deriva do fato de que Barcelos, a cidade sede do arquipélago, teve origem em uma aldeia chamada Mariuá, dos índios Manaós, localizada no médio rio Negro.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq com informações do INPA