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CNPq lamenta falecimento do Prof. Carlini
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lamenta profundamente o falecimento do Prof. Elisaldo Luiz de Araujo Carlini nessa quarta-feira, 16, aos 91 anos. Referência e pioneiro em estudos com psicotrópicos, Carlini atuou no CNPq como membro de Comitê Assessor (CA) e recebeu, no ano passado, o título de Pesquisador Emérito, concedido pela agência.
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 1956, concluiu o mestrado em Psicofarmacologia pela Yale University (1962). Professor emérito da Unifesp, foi professor do Departamento de Farmacologia e fundou o Departamento de Psicobiologia da EPM, além de ter fundado e dirigido o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid).
Foi membro do Departamento de Medicina Preventiva da EPM e contribuiu para a formação do Instituto de Ciências Ambientais Químicas e Farmacêuticas, do Campus Diadema da Unifesp. Foi orientador de diversos programas de pós-graduação, tendo formado gerações de pesquisadores(as) e cientistas. Até seu falecimento, estava atuando como orientador de mestrado e doutorado do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp.
É um dos maiores especialistas em entorpecentes do Brasil, e um dos mais respeitados internacionalmente, tendo estudado os efeitos da maconha e de outras drogas em nível experimental durante toda sua vida profissional.
Ao longo dos seus 91 anos, foi condecorado duas vezes pela Presidência da República por seu trabalho como pesquisador, citado 12 mil vezes em pesquisas científicas nacionais e internacionais. Foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e membro do Conselho Econômico Social das Nações Unidas (ECOSOC/ONU).
Doutor honoris causa de inúmeras universidades, dentro e fora do país, e realizou estudos de pós-doutorado na Universidade de Yale. Teve mandatos como membro do Expert Advisory Panel on Drug Dependence and Alcohol Problems, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sua carreira e sua trajetória como intelectual, cientista e militante pela legalização da maconha medicinal mostram a grandeza do professor Carlini, tendo vivido a pesquisa e a vida acadêmica em dedicação exclusiva, até o último instante.
Por toda sua contribuição, está circulando o PL 399/2015 que traz a possibilidade de cultivo e produção de remédio à base de Cannabis em nosso país e, em abaixo-assinados é pedido que a Lei tenha o nome de Lei Elisaldo Carlini, prestando devida homenagem ao pioneiro nos estudos sobre a Cannabis para controle de epilepsia no Brasil.
Carlini deixa esposa, docente da Unifesp, Solange Nappo, filhas e netos.
Neste momento de dor, CNPq exalta o legado de Carlini para a ciência brasileira e se solidariza com a família, amigos e colegas pela grande perda.
Com informações da Unifesp