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Bolsista do CNPq, Pedro Peloso, recebe prêmio internacional por seu trabalho
O biólogo Pedro Luiz Vieira Del Peloso , bolsista do Programa de Capacitação Institucional do CNPq, foi um dos cinco agraciados deste ano com o prêmio Individual Award in Field Biology , da Maxwell/Hanrahan Foudation , instituição norte-americana dedicada ao apoio a cientistas, professores, conservacionistas e criadores em quatro grandes áreas do conhecimento: artes, professores e classes, ciência na prática e proteção à natureza. O biólogo, que estuda a diversidade e evolução de anfíbios e répteis, é o primeiro brasileiro a receber o prêmio e será contemplado pela fundação com US$ 100 mil para dar continuidade a seu trabalho, aprofundar suas pesquisas e aumentar o potencial de impacto de suas descobertas. Além de ser docente do curso de Pós-Graduação em Zoologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Pedro é pesquisador visitante do Museu Paraense Emílio Goeldi e um dos diretores do Instituto Boitatá, organização não-governamental que trabalha para o estudo e a conservação da fauna. Os outros agraciados com o prêmio na edição deste ano são pesquisadores estrangeiros que estudam os mais diversos assuntos, como a evolução da comunicação em papagaios, a diversidade de orquídeas, cadeias alimentares no fundo dos oceanos, além da vida microbial em ambientes extremos.
O brasileiro Pedro Peloso é uma referência em sua área de pesquisa, possuindo extenso conhecimento sobre a biodiversidade de florestas tropicais, em especial da Amazônia. Seu trabalho é reconhecido mundialmente, em especial o desenvolvido com biologia e conservação de anfíbios. Esse estudo rendeu ao pesquisador outros prêmios, como o concedido pela Sociedade Brasileira de Zoologia para melhor tese de doutorado, defendida em 2014. Pedro Peloso também ganhou o título Future Leader in Amphibian Conservation (Futuro Líder na Conservação de Anfíbios), outorgado em 2019 pela Amphibian Survival Alliance , umas das maiores organizações globais voltadas à conservação de anfíbios.
O pesquisador ainda participou de várias expedições científicas para estudar a diversidade de espécies de localidades remotas do mundo, dos Andes peruanos a regiões montanhosas do Vietnã, com foco especial sobre a Amazônia e sobre a Mata Atlântica brasileiras. Suas pesquisas resultaram na publicação de mais de quarenta artigos científicos em revistas internacionais, tratando de temas variados, como relatos anatômicos detalhados e estudos evolutivos utilizando dados genômicos. O biólogo já descreveu mais de trinta espécies novas para a ciência, incluindo aves, lagartos e anfíbios. A grande maioria dessas espécies é proveniente da Amazônia.
Formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Pedro Peloso fez mestrado em Zoologia na Universidade Federal do Pará (UFPA)/Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e doutorado em Biologia Comparada no American Museum of Natural History, um dos mais conceituados museus de história natural do mundo localizado em Nova Iorque, Estados Unidos. Pedro foi bolsista do CNPq tanto no mestrado, como no doutorado. Segundo ele, era fundamental compartilhar a notícia do prêmio com o CNPq, visto que a instituição esteve presente ao longo de toda a sua vida acadêmica. “Em diversas ocasiões no passado fui bolsista do CNPq (PIBIC, Mestrado, Pós-Doutorado) e atualmente sou bolsista de PCI/CNPQ no Museu Goeldi. O CNPq faz parte da minha história como pesquisador e tem uma relação direta com o meu sucesso”, afirma ele.
O Prêmio
O Individual Award in Field Biology , da Maxwell/Hanrahan Foundation, é um prêmio concedido de forma anual a cinco indivíduos que realizem pesquisas na área de Biologia e cujo estudo envolva trabalho de campo. Os escolhidos são indicados de forma anônima por especialistas convidados pela fundação e selecionados por comitê formado por profissionais da área de Biologia. A escolha é baseada em critérios como a contribuição dos trabalhos do candidato para o desenvolvimento da biologia de campo, o histórico de pesquisas com resultados de alto nível, além de originalidade e de demonstração de competência para realizar mais trabalhos inovadores na área.
A Maxwell/Hanrahan Foundation decidiu financiar projetos na área da biologia de campo inspirada nas experiências dos seus fundadores, Delle Maxwell e Pat Hanrahan, ambos interessados em ciência e tecnologia, mas com uma grande paixão por ambientes naturais e compreensão pelas dificuldades associadas ao trabalho de campo. Delle Maxwell é designer de animação computadorizada premiada, que trabalhou mais de trinta anos na intersecção entre design e tecnologia. Além de ser presidente da fundação, ela também participa da diretoria do Jardim Botânico de São Francisco, Estados Unidos. Patrick Hanrahan, por sua vez, é professor de Ciências da Computação e de Engenharia Elétrica da Universidade norte-americana de Stanford, onde leciona computação gráfica.
Assista à entrevista que o pesquisador concedeu ao CNPq em Pauta: https://youtu.be/_UBN_KrfD-c?t=49