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A ciência chega onde o Atlântico abraça o Amazonas
A conservação e o manejo da rica biodiversidade brasileira passa, necessariamente, pelo desenvolvimento científico e tecnológico nacional. A integração da base de conhecimento construída por pesquisadores brasileiros e a tecnologia disponibilizada para operações submarinas no navio oceanográfico 'Alucia' abriram novas oportunidades ao entendimento da Margem Equatorial do Brasil. Dados oceanográficos estratégicos, além de mais de 6 mil imagens científicas inéditas desta região foram obtidos e estão sendo processados em universidades e institutos de pesquisa nacionais.
Navio na Foz do Amazonas
Em julho deste ano, nove pesquisadores brasileiros, incluindo bolsistas de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de seis instituições brasileiras (UFRJ, UFES, UNIFESP, UFRRJ, INPE e JBRJ), em parceria com o Woods Hole Ocenographic Institution (EUA), percorreram mais de 4 mil quilômetros entre o Amapá e o Maranhão em 15 dias, acompanhados por um oficial da Marinha do Brasil.
Estiveram a bordo os bolsistas de produtividade do CNPq, Rodrigo Moura - coordenador da expedição, Alex C. Bastos, Gilberto Amado e Paulo Salomon, além de mais cinco pesquisadores: Fabio Motta, Fernando Moraes, Laís Araujo, Leonardo Neves e Milton Kampel.
Pesquisadores a bordo do submersível pronto para mergulhar
Durante a expedição, foram adquiridos dados geofísicos, físico-químicos, biológicos e radiométricos na região do recém-descrito sistema recifal da Foz do Amazonas . Além disso, foram realizadas mais de 20 horas de observações a bordo de dois submersíveis, em profundidades de até 400 metros. "Mergulhar no Cânion do Rio Amazonas a 300 m de profundidade por cerca de três horas e registrar em foto e vídeo a vida tipicamente marinha lá encontrada foi uma experiência única", declara Gilberto Amado pesquisador do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Resgate noturno do submersível
Dentre os principais resultados desse esforço está a caracterização de vales e cânions ainda não mapeados, registros de esponjas e peixes até então desconhecidos na região, estudos do plâncton associado à mistura das águas do mar e do maior rio do planeta, imageamento das bioconstruções carbonáticas e algas calcárias, e caracterização bio-óptica da região. As atividades foram complementadas por imagens de satélites recebidas no navio em tempo real.
Pesquisadores fazendo a coleta de agua na pluma do amazonas
Os resultados, ainda inéditos, fornecerão um panorama detalhado sobre a estrutura dos recifes e das comunidades biológicas a eles associadas. De acordo com Rodrigo Moura, professor da UFRJ, "os dados obtidos alteram significativamente a visão que tínhamos sobre a Margem Equatorial, e trarão elementos importantes para subsidiar medidas para sua conservação e manejo".
Contatos :
Gilberto M. Amado Filho (JBRJ), gilbertoamadofilho@gmail.com , 21 992719550
Rodrigo Leão de Moura (UFRJ), moura.uesc@gmail.com , 21 99609-2724
Coordenação de Comunicação de Social do CNPq
Fotos: Fernando Moraes/J BRJ
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