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Presidente do CNPq falar sobre a necessidade de um plano contínuo de C,T&I em mesa-redonda sobre política para a área
O presidente do CNPq, professor Evaldo Ferreira Vilela , defendeu nesta segunda-feira, 25 de julho de 2022, a necessidade de o país ter um plano para a área de Ciência, Tecnologia e Inovação que seja seguido de forma contínua, independente do governo que esteja no poder. A afirmação foi feita durante a participação do professor Vilela em mesa-redonda sobre a política de Ciência, Tecnologia e Inovação, parte da programação da 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Segundo o professor, nenhuma nação conseguiu alcançar a soberania sem ter um propósito. “O Brasil peca por não ter plano sobre onde queremos chegar, o que temos de fazer continuadamente”, disse ele.
Para o professor Vilela, esse quadro decorre de uma questão cultural, um imaginário que atribui melhores qualidades àquilo que vem de fora, importado. “O Brasil é um grande negócio, que interessa a quem importa", refletiu o professor Vilela, ao salientar a falta de ligação da ciência brasileira com o mercado. Segundo ele, essa relação, além de investimentos financeiros na área, é fundamental para o país promover qualidade de vida e não depender de outros. O professor completou o pensamento afirmando que falta ao Brasil uma base tecnológica industrial, porque o país tem importado quase tudo, e lembrou que a pandemia mostrou a situação de forma clara, com o caso dos respiradores, importados às pressas para atender a demanda interna enquanto os casos de COVID-19 no país se multiplicavam .
Mesa redonda organizada pela SBPC. Foto: Marcelo Gondim COCOM/CNPq
Apenas em sua área de conhecimento, Agronomia, o professor Vilela diz que a dependência do país de tecnologias e de conhecimento alcança cerca de 70 por cento, quando se fala em alimentos. Ele diz que a genética do frango é 100 por cento importada e há uma dependência quase absoluta na área de suínos. A soja cultivada na região Centro-Oeste também tinha suas sementes importadas. Além da urgência na articulação entre governo, o mercado e a área científica, o professor Vilela frisou a necessidade de se trazer o assunto para o debate público.
Participaram da mesa-redonda os representantes de agências federais de fomento Cláudia Mansani de Toledo , da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); General Waldemar Barroso Magno Neto, da Finep; além da presidente da Academia Brasileira de Ciências, professora Helena Nader . A coordenação da mesa foi do presidente da SBPC, professor Renato Janine Ribeiro.
Veja o álbum de fotos do evento: https://photos.app.goo.gl/cS9RmaaskBfnJTKAA