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Pesquisadores lançam livro sobre microplásticos nos ecossistemas
Pesquisadores do grupo coordenado pelo bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e docente do Departamento de Ecologia Geral, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Marcelo Luiz Martins Pompêo , lançaram este mês o livro Microplásticos nos ecossistemas: impactos e soluções . A obra, que está disponibilizada em formato PDF e pode ser baixada de forma gratuita, cobre uma lacuna na literatura nacional, escassa em pesquisas sobre o tema no Brasil, em especial sobre os ecossistemas de água doce. De acordo com o professor Marcelo Pompêo, o objetivo dos pesquisadores com a obra foi o de ampliar a discussão sobre o tema. “Sem dúvida, os plásticos já são um dos mais importantes poluentes mundiais”, afirma ele. Além do professor Pompêo, assinam o livro a também bolsista de PQ do CNPq, professora Teresa Cristina Brazil de Paiva , da Escola de Engenharia de Lorena/USP, e Bárbara Rani-Borges , doutoranda em Ciências Ambientais da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP).
Nos quatorze capítulos do livro, os autores discorrem sobre a presença de plásticos nos rios, mares e mangue, fornecendo exemplos de experimentos realizados em laboratório ou in situ . Começando por um tratamento introdutório sobre microplásticos, os autores discutem na obra protocolo para a recuperação e caracterização de microplásticos de matrizes ambientais; os impactos dos microplásticos sobre a biota de ecossistemas costeiros e marinhos e em sedimentos de rios; análises da ocorrência de resíduos plásticos em estudos de caso específico e em sistemas de água doce; os microplásticos como transportadores de poluentes e vetores de metais em ecossistemas aquáticos de água doce; e a poluição por microplásticos em manguezais, entre outros temas.
Estudos recentes sugerem que dar prosseguimento ao uso generalizado de plásticos, além do pouco cuidado demonstrado no que se refere ao adequado reuso ou ao seu descarte, podem fazer com que o plástico seja o maior contaminante ambiental do planeta. No país, ainda não há qualquer legislação que determine o monitoramento de resíduos plásticos em ecossistemas e que possibilite, assim, a avaliação de seu impacto para a qualidade desses ecossistemas, da vida da biota e dos seres humanos. No prefácio do livro, os autores atentam para a necessidade de criação de leis nacionais e internacionais que, além do acompanhamento dos impactos no meio ambiente, proponham formas de reuso e de descarte adequado.