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Pesquisadores debatem projetos sobre o Zika Virus
Desde o Primeiro Informe Epidemiológico emitido pelo Ministério da Saúde sobre a microcefalia causada pelo Zika Vírus, em novembro de 2015, o Brasil se debruçou sobre a questão não só para atender os casos já identificados, mas também para estudar o vírus, sua ação e suas conseqüências na saúde humana.
Um dos resultados das diversas iniciativas do Governo Federal foi a Chamada MCTIC-CNPq/MEC-CAPES/MS-Decit/FNDCT Nº 14/2016 - Prevenção e Combate ao Vírus Zika, lançada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em junho deste ano.
Uma ação conjunta entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, por meio do CNPq, Ministério da Saúde e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), serão destinados R$ 65 milhões a 71 projetos aprovados pelo edital.
Os coordenadores das propostas selecionadas estão em Brasília para o Seminário Marco Zero, junto com membros dos Comitês Julgador e de Relevância Social da Chamada, além de técnicos e gestores dos órgãos públicos envolvidos, para discutir as necessidades de ajustes metodológicos.
O objetivo do encontro, previsto na Chamada como uma etapa do processo de contratação dos projetos, é discutir a possibilidade de um melhor aproveitamento dos resultados das pesquisas, além de contribuir para a interação entre pesquisadores que estão trabalhando com a temática, integrando conhecimentos.
A abertura do Seminário aconteceu nesta quarta-feira, 30, com a participação de representantes das instituições públicas gestoras da Chamada. Até a quinta-feira, 1, os coordenadores discutirão, em grupos de trabalho separados pelas linhas temáticas dos projetos aprovados, para definir as diretrizes das pesquisas e estabelecer cooperações.
Na ocasião, o Diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Marcelo Morales, destacou a concentração de esforços e protagonismo do Brasil nas pesquisas envolvendo o Zika Vírus: "Os cientistas brasileiros estão prontos para enfrentar os problemas", afirmou. Morales apontou, ainda, a consolidação do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação e a visão estratégica que o Ministério da Saúde tem quanto à pesquisa na área como pontos fundamentais para os resultados já obtidos.
De genética aos contextos sociais
As pesquisas aprovadas abordam as mais diferentes temáticas, envolvendo desenvolvimento de novas tecnologias diagnósticas; desenvolvimento e avaliação de repelentes e de imunobiológicos; inovação em gestão de serviços em saúde; imunologia e virologia; epidemiologia e vigilância em saúde; estratégias para controle de vetores; desenvolvimento de tecnologias sociais e inovação em educação ambiental e sanitária, além de Fisiopatologia e clínica.
Uma das contempladas pela Chamada foi a Professora Denise Pontes Cavalcanti, do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. Bolsista de Produtividade em Pesquisa 2 do CNPq, Denise tem como uma das ênfases da sua pesquisa as malformações congênitas. Com a expectativa de aproveitar o encontro para identificar o que se pode fazer em comum, além de melhorar alguns pontos de metodologia, ela pontuou a importância da preservação orçamentária para ciência e tecnologia. "Se tivermos cortes orçamentários, não conseguiremos realizar as pesquisas propostas, ponderou.
A Chamada
Lançada em junho de 2016, o chamamento público teve 529 projetos de pesquisas inscritos nos nove eixos de pesquisas. Ao fim da análise, foram selecionados 71 projetos.
Os aprovados estão divididos entre 33 instituições de pesquisas em 15 estados e no Distrito Federal, sendo as regiões Sudeste e Nordeste as que mais tiveram estudos selecionados, 39 e 21, respectivamente. Essas regiões irão receber mais de R$ 53 milhões para execução dos projetos escolhidos.
Os projetos estão sendo financiados dentro de três faixas de recursos: até R$ 500 mil, de R$ 500 mil até R$ 1,5 milhão e de R$ 1,5 milhão até R$ 2,5 milhões.
Coordenação de Comunicação Social do CNPq
Fotos: Claudia Marins